O Departamento Econômico do Sistema FAESP acaba de divulgar o boletim de “Acompanhamento da Safra Paulista 2022”, em sua terceira edição do ano, relativa ao mês de setembro, que traz a síntese do levantamento das safras brasileira e paulista de café no período. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Começando pelos destaques no Estado de São Paulo, a terceira estimativa da Conab para a safra de café 2022 traz uma queda de 530,8 mil sacas, em relação ao último levantamento. A perspectiva é de que sejam colhidas 3,9 milhões de sacas de café arábica. A queda de 2,6%, na comparação com o volume colhido em 2021, demonstra a severidade dos impactos dos eventos climáticos adversos sobre as lavouras paulistas de café, visto que o ciclo anterior foi marcado pela bienalidade negativa, em que o rendimento das lavouras é geralmente bem menor.
Esta safra foi marcada por períodos críticos de escassez hídrica, em decorrência do fenômeno climático La Niña, e também por geadas em importantes regiões produtoras, ocasionando perdas no potencial produtivo das lavouras. Além disso, o longo período de estiagem ocorrido no Estado de São Paulo em 2021, somado às altas temperaturas e aos episódios de geada em momentos importantes para o desenvolvimento das lavouras, já colaboravam para a expectativa de que não se alcançaria o potencial produtivo característico deste ciclo.
Em termos de superfície plantada, a área total com café nesta safra foi mantida em comparação com 2021 (-0,22%) e está avaliada em 210 mil hectares. Desse total, 199,8 mil hectares são de área em produção (alta de 0,81%) e 10,25 mil hectares de área em formação (queda de 16,9%). O número total de cafeeiros é estimado em 746,0 milhões (incremento de 9,8%), sendo 709,4 milhões de pés em produção (alta de 11,5%) e 36,6 milhões de pés em formação (queda de 15,1%).
No que se refere ao panorama nacional, o terceiro levantamento da Conab para a safra 2022 reduziu em 3 milhões de sacas as estimativas para a produção brasileira de café (de 53,43 milhões de sacas para 50,38 milhões de sacas estimadas). Esse volume, embora represente um aumento de 5,6% ante os resultados da safra anterior, quando comparado a 2020, ano marcado pela bienalidade positiva assim como o atual, indica uma queda de 20,1% no volume total de café produzido.
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Fonte: FAESP