Estado de São Paulo está avançando no Plano Estratégico do PNEFA para se tornar livre de febre aftosa sem imunização
Nos dias 19 e 20 de julho, o Sistema FAESP/SENAR-SP juntamente com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA, reuniu, em um encontro virtual, 50 instrutores que atuam em todo o Estado nas cadeias produtivas de Corte, Leite, Suinocultura, Caprinocultura e Ovinocultura. Durante esse encontro para capacitação, a CDA realizou uma exposição sobre a importância da notificação de suspeitas e a rápida identificação de sinais clínicos de doenças vesiculares, enquanto o Sistema FAESP/SENAR realizou exposição acerca da suspensão da vacinação e a efetiva participação do pecuarista após a retirada da vacina.
A partir do conhecimento adquirido nesse evento, os instrutores passam a ser multiplicadores de informação para os criadores quanto às medidas de vigilância e de saúde animal necessárias para atender ao calendário de retirada da vacina contra febre aftosa estabelecido pelo Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância Para a Febre Aftosa (PNEFA). Os produtores da pecuária paulista, o poder público e o Sistema FAESP/SENAR-SP vêm somando esforços para preparar o Estado de São Paulo para o momento em que a vacinação será substituída por mecanismos de vigilância e gestão de risco.
O SENAR-SP vem intensificando cada vez mais sua integração com a cadeia produtiva e com instituições públicas ligadas à defesa sanitária animal, capacitando instrutores, produtores e trabalhadores do campo para que saibam reconhecer os sintomas da enfermidade nos animais. Uma meta importante na erradicação da doença em São Paulo já foi atingida, que é a vacinação de todo o rebanho – desde 1996 não há casos de febre aftosa registrados no Estado. Agora, um passo ainda maior está sendo dado, no sentido de retirar a vacinação. Para isso, os produtores serão os protagonistas nesse processo e terão um papel fundamental no contexto das ações de prevenção, mantendo a sanidade de seus animais e informando aos órgãos de defesa sanitária as movimentações de seu rebanho. Ao menor sinal de que um animal possa estar contaminado, a Defesa Agropecuária deve ser comunicada imediatamente. Outro fator que merece destaque é a contribuição dos produtores para os Fundos Emergenciais de Febre Aftosa, a fim de garantir a segurança dos criadores da bovinocultura em casos de ocorrência da doença.
Com a retirada da vacinação contra a febre aftosa, o setor prevê uma redução de custos aos produtores, considerando os valores gastos com as doses e a estrutura necessária à aplicação. Em relação a exportações, há muitos países que pagam mais pela carne bovina de regiões do chamado circuito não-aftósico – ou seja, sem uso de imunizantes. Outro fator positivo em não vacinar os rebanhos é quanto a não ser mais necessária a remoção de abcessos que surgem como resposta imunológica no organismo dos animais vacinados.
O Plano Estratégico do PNEFA tem como meta principal a declaração do Brasil como área livre da doença sem vacinação até 2026. Os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, partes do Amazonas e do Mato Grosso já possuem a certificação internacional de que não necessitam mais realizar a vacinação.
Fonte: FAESP