Grupo conheceu estrutura referencial na reciclagem de efluentes e compostagem termofílica de resíduos orgânicos urbanos e agroindustriais, os quais são transformados em fertilizantes orgânicos compostos.
Fomento das atividades proporcionaria ganhos econômicos e ambientais para o agro e a economia
Comitiva constituída por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), do Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert) e dirigentes da Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal) esteve na planta de compostagem da Tera Ambiental, localizada no município paulista de Jundiaí. A visita faz parte da agenda do grupo, com um tour às fábricas de fertilizantes especiais em São Paulo e Paraná.
Segundo Bruno Caligaris, diretor de Projetos Estratégicos da SAE, o objetivo é conhecer de perto indústrias do setor e processos de produção dos insumos para unir políticas públicas à iniciativa privada e, assim, articular iniciativas que fomentem as atividades nacionalmente.
A Tera é considerada referência na área, pois é a única enquadrada no segmento das cadeias emergentes, conforme consta no Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Os integrantes da comitiva foram recepcionados por Rafael Vettori e Claudio Giannella, sócios da Tera Ambiental, e por Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo da companhia, que é pioneira na transformação de lodos gerados em processos biológicos de tratamento de efluentes sanitários e industriais em fertilizantes orgânicos compostos para uso seguro na agricultura.
Fernando expôs na visita a importância de iniciativas públicas para fomentar a fabricação de fertilizantes orgânicos a partir do tratamento biológico de resíduos orgânicos urbanos, industriais e agroindustriais. Ele cita pesquisa da Abisolo que aponta que o segmento fabricante de fertilizantes orgânicos e condicionadores de solo no Brasil tem como matérias-primas predominantes os resíduos da atividade agropecuária, representando mais de 56%. Os tipos de resíduos tratados pela Tera não representam mais do que 0,3% dos usados pelo setor, portanto com grande espaço para crescimento. As medidas seriam fundamentais para ampliar a produção desse insumo, com ganhos para a agricultura, a economia circular e o meio ambiente, visto que o reaproveitamento dos resíduos por meio da compostagem termofílica contribui para a redução das grandes massas depositadas nos aterros sanitários, reservando espaços valiosos para resíduos que não tenham possibilidades de reaproveitamento.
“A produção dos fertilizantes derivados do reaproveitamento de resíduos orgânicos avançou muito nos últimos anos. Falta agora um ajuste fino, com políticas de Estado voltadas à importação de tecnologias, não disponíveis no Brasil, que contribuam para o desenvolvimento e crescimento da atividade”, destaca Oliveira. Dentre as iniciativas que precisam avançar, o especialista citou a importância da criação de uma Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) específica para a produção dos fertilizantes orgânicos por meio da compostagem. “Parece uma atitude simples, mas a falta de um CNAE adequado acarreta dificuldades enormes para as indústrias de fertilizantes orgânicos no momento de seu licenciamento ambiental. Hoje, a classificação mais próxima que temos é a de produção de fertilizantes minerais, cuja produção é mais impactante”, completa.
Cumpre destacar, também, a atenção que as autoridades de Estado devam ter no sentido de facilitar a importação de máquinas e equipamentos que contribuam para a mitigação de potenciais impactos de vizinhança que possam ser causados pela atividade. É fundamental que o tratamento dos resíduos seja feito o mais próximo possível dos centros geradores, o que, via de regra, ocorre nos núcleos urbanos. Outro aspecto fundamental é o incentivo ao consumo dos fertilizantes orgânicos obtidos pela compostagem de resíduos, essencialmente por se tratar de atividade industrial de grande interesse socioambiental.
Jose Carlos Polidoro, secretário-executivo do Confert e um dos responsáveis pelo Plano Nacional de Fertilizantes (PNF 2050), pontuou a questão da importação dos maquinários e outras tecnologias empregadas na atividade. O executivo prometeu avaliar a lista de empresas internacionais que fornecem os equipamentos, com a intenção de buscar saídas que facilitem o processo produtivo dos fertilizantes orgânicos.
Participaram da visita as seguintes pessoas: o presidente da ABISOLO, Clorialdo Roberto Levrero; o secretário-executivo, José Alberto Nunes da Silva, e o especialista em Assuntos Regulatórios do MAPA, Irani Gomide Filho; Bruno Caligaris, diretor de Projetos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; José Carlos Polidoro, secretário-executivo do Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), um dos responsáveis pelo Plano Nacional de Fertilizantes (PNF 2050); Luís Eduardo Rangel, diretor de Programa da Secretaria Executiva do MAPA; Oberlandir Schrank Araújo, diretor de Relações Institucionais da Companhia de Saneamento de Jundiaí (CSJ).
Sustentabilidade e economia circular
Especializada na valorização de resíduos orgânicos líquidos e sólidos, por meio de soluções ambientais, a Tera Ambiental está alinhada com os mais avançados processos na área em relação ao que se faz globalmente. É a responsável pela gestão técnica e comercial de efluentes destinados à Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ). Esta empresa, sua parceira estratégica, construiu e opera a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do município.
A Tera realiza de modo independente a operação de compostagem termofílica e produz os fertilizantes Tera Nutrição Vegetal. Pratica o conceito upcycling, oferecendo alternativas seguras e eficazes de transformação de resíduos antes indesejados em novos produtos de qualidade e valor ambiental, com a produção de fertilizante orgânico composto. Sua conduta prioriza a integridade, criatividade e excelência.
Para empresas que geram resíduos sólidos orgânicos e optam pela sua valorização e tratamento adequado, a Tera, pioneira e referência na compostagem em escala industrial, realiza operação em galpão coberto de 30 mil metros quadrados, maior planta do gênero no Estado de São Paulo. A unidade é licenciada pela CETESB e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Fonte: Assessoria