Atualmente, o Mapa possui 28 adidos agrícolas brasileiros designados junto às representações diplomáticas no exterior
Começou nesta segunda-feira (08) o curso de preparação para o exercício da missão de assessoramento em assuntos agrícolas para candidatos a adidos nas representações diplomáticas brasileiras em Angola, Colômbia, Egito, Marrocos e União Europeia. A capacitação, organizada em colaboração entre o Ministério das Relações Exteriores com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está sendo realizada no Instituto Rio Branco (IRBr), academia de formação diplomática do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e vai ocorrer até sexta-feira (12).
Em 2022, 13 profissionais sêniores, com conhecimento em temas agrícolas, foram finalistas aos postos de adido agrícola. O processo seletivo contou com fase de habilitação, avaliação curricular, prova discursiva e entrevista.
Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), o número de adidâncias aumentou, além do apoio das embaixadas, graças aos resultados concretos que os adidos trouxeram. “Os adidos têm um papel fundamental no enfrentamento dos obstáculos das exportações brasileiras, na promoção comercial de investimentos dos produtos brasileiros e, também, na defesa da imagem do Brasil”, destacou o secretário adjunto da SCRI, Fernando Zelner.
Nos cinco dias de curso preparatório, os candidatos poderão entender sobre a estrutura organizacional das representações diplomáticas brasileiras no exterior; cooperação internacional e atração de investimentos; imagem do agronegócio; linguagem diplomática; temas técnicos, sanitários e fitossanitários; táticas de negociação; assessoria de imprensa; dentre outros assuntos.
Desde 2009, mais de 60 servidores do Mapa já cumpriram a função de adido agrícola e mais de 160 já integraram as listas tríplices, mostrando assim o interesse crescente pela internacionalização do Ministério.
Durante a abertura do curso, a diretora-geral do Instituto Rio Branco, embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, deu as boas vindas aos candidatos e falou sobre a importância da iniciativa para o compartilhamento do conhecimento acumulado pelo Itamaraty no âmbito internacional. “Temos uma função que abraçamos com muita satisfação, que é a de compartilhar nossos conhecimentos sobre as especificidades da atuação internacional”, disse. O diretor do Departamento de Energia e Agronegócio do MRE, embaixador Alexandre Peña Ghisleni também esteve presente.
Atualmente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento possui 28 adidos agrícolas brasileiros designados junto às representações diplomáticas no exterior, com previsão de ampliação, ainda em 2022, para 29 adidos em 27 postos.
O adido atua na abertura, manutenção e ampliação de mercados para o agronegócio brasileiro, contribuindo para geração de divisas e empregos no Brasil. Em coordenação com o embaixador e demais diplomatas da embaixada onde atua, tem o papel de identificar oportunidades, desafios e possibilidades de comércio, investimentos e cooperação.
Para isso, ele também mantém interlocução com representantes dos setores público e privado e interage com relevantes formadores de opinião na sociedade civil, imprensa e academia. Em alguns casos, as missões de assessoramento em assuntos agrícolas permitem ao adido atuar, cumulativamente, em mais de um país. A duração da missão é de até quatro anos consecutivos, não prorrogáveis.
Seleção e resultado
A seleção de 2022 teve por objetivo identificar candidatos aptos a substituir quatro adidos cujos mandatos estão se encerrando, além de candidato para a nova adidância agrícola que está sendo criada na Embaixada do Brasil em Luanda, Angola.
Após seleção, os servidores mais bem colocados, até três por posto, são indicados ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o qual seleciona os profissionais a serem indicados ao Presidente da República (PR), ouvindo previamente o Ministro das Relações Exteriores. O curso de preparação para o exercício da missão é pré-requisito para a designação pelo PR.
Espera-se que os cinco novos adidos sejam designados ainda em 2022 e iniciem suas missões no começo de 2023.
O Instituto
O Instituto Rio Branco (IRBr) foi criado em 1945, na esteira das comemorações do centenário de nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. Inicialmente instituído com a dupla finalidade de tratar da formação e aperfeiçoamento dos funcionários do Ministério das Relações Exteriores e de constituir um núcleo de estudos sobre diplomacia e relações internacionais, o Instituto tornou-se, ao longo de seus quase 70 anos de existência, referência internacional como academia diplomática.
O IRBr é responsável, ainda, pela realização do Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas e do Curso de Altos Estudos, obrigatórios para os diplomatas que almejam a ascensão na carreira.
Fonte: MAPA