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Centro-Sul deve produzir no máximo 540 mi t de cana em 2020/23, diz hEDGEpoint

O relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e rendimento dos canaviais junho demostram que o setor está longe da estimativa de recuperação anterior, segundo relatório da hEDGEpoint Global Markets, lançado na última sexta-feira, 15. A produção do Centro-Sul permanecerá em 540 milhões de toneladas, ou até abaixo disso, segundo a consultoria. A visão passada da empresa era de uma produção de 549 milhões de toneladas.

“Essa mudança se refletiu principalmente no etanol, pois seu estoque não estava tão pressionado quanto o do açúcar e, também, pela paridade continuar favorável ao adoçante. Além disso, menos produto tornam os whashouts (cancelamentos de comercialização) mais difíceis. Nesse sentido, elevamos nosso mix de açúcar para 42,7%”, observa a analista de açúcar e etanol da companhia, Lívea Coda.

Enquanto o rendimento dos canaviais mostrou sinais de recuperação pela primeira vez nesta safra, os dados agregados ainda apontam para uma redução em relação à safra passada. “Não só isso, mas a umidade do solo continua decepcionante. Durante a primeira parte do período de desenvolvimento da cana, com exceção de janeiro e março, as chuvas foram abaixo da média – uma perspectiva não tão boa quando se considera a seca, geadas e incêndios do ano passado”, complementa o documento.

A estimativa anterior da empresa representava uma recuperação de pelo menos 6,7% no índice que mede o rendimento; normalmente, o maior valor de produtividade da safra é alcançado entre junho e julho. Para chegar a essa estimativa, o valor deveria de ser de, pelo menos, 80 t/ha ainda em junho. “Assim, revisamos para baixo para 5,3%, o que ainda é alcançável se, em julho, tivermos resultados melhores. Ou seja, com uma redução de 2% na área, o Centro-Sul poderia chegar a 540 milhões de toneladas de cana”, detalha o documento.

No entanto, aplicando a sazonalidade média nos números de junho, é vista cerca de 3,2% de recuperação de TCH atingindo uma moagem de 530 milhões de toneladas. Por isso, a hEDGEpoint reduziu seus números de números de 549 para 540 milhões de toneladas, ainda que haja uma tendência de queda caso o clima não coopere.

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Impacto nos combustíveis

Quanto aos combustíveis, a consultoria estima um crescimento de 4,6% na demanda do ciclo Otto. “As medidas governamentais para controlar os preços internos dos combustíveis estão começando a chegar na bomba e, portanto, sustentam nosso otimismo”, detalha.

Além disso, as PECs 15 e 01/22 foram combinadas e aprovadas pela Câmara dos Deputados na última semana. Esse movimento, para a consultoria, sugere uma pressão de curto prazo sobre os preços do etanol, mas pode incentivar a demanda no médio-longo prazo, virando o mercado.

A hEDGEpoint optou por deixar o etanol sofrer o impacto da redução da cana, elevando o mix de açúcar para 42,7% apesar da maior demanda por combustível. “Mesmo considerando os CBios, atualmente o açúcar está pagando mais. Os esforços do governo afetaram os preços do etanol e levará algum tempo para que a demanda o suporte”, detalha.

Além disso, na revisão anterior, a consultoria já discutia que essa tendência de alta do mix de açúcar existia, uma vez que os estoques de anidro e hidratado eram mais confortáveis – especialmente quando comparados tanto ao balanço de oferta e demanda global de açúcar quanto aos fluxos comerciais.

Por fim, a consultoria observa que, cada vez que as estimativas de cana são reduzidas, a quantidade da safra que já está fixada para a produção de açúcar aumenta. “Aliado ao fato de o adoçante estar pagando um spread de cerca de 200 pontos sobre o hidratado, não haveria um grande incentivo para washouts de posições”, explica o relatório.

Ao elevar o mix de açúcar para 42,7%, a produção da commodity se mantém estável, sofrendo uma redução marginal. Como resultado, tanto o balanço global de 2021/22 (outubro a setembro) quanto os fluxos comerciais caminharam de lado, segundo destaca o relatório. “No entanto, para 2022/23, quando já consideramos a safra brasileira 2023/24, o mercado pode ficar mais apertado à medida que nos tornamos mais pessimistas quanto à recuperação da cana”, prevê Coda.

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Segundo o relatório, a última semana foi importante em relação ao cenário macroeconômico e pela retomada dos preços do açúcar. O valor do produto bruto se recuperou para mais de 19 centavos de dólar por libra-peso, impulsionado pelo aumento do petróleo e pela demanda – já que o prêmio do branco continua forte.

Fonte: hEDGEpoint

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Centro-Sul deve produzir no máximo 540 mi t de cana em 2020/23, diz hEDGEpoint

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