O setor produtivo de carne de frango brasileiro enfrenta enormes desafios para a manutenção da sua competitividade e sustentabilidade devido aos altos custos de produção, apesar da forte demanda registrada pelo produto, segundo análise da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgada no Dia Mundial do Frango (10).
“O quadro comercial e de consumo é favorável ao produto brasileiro. Entretanto, o setor vive a sua mais severa crise de custos de produção, com altas superiores a 100% no milho e no farelo de soja, acumuladas ao longo dos dois últimos anos e com especial impulso neste início de 2022”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota.
“Adicione a isto as elevações dos custos de fretes marítimos, do diesel, das embalagens de plásticos e papelão e diversos.”
A ABPA não espera arrefecimento dos custos do setor no curto e médio prazos.
A demanda doméstica e internacional por carne de frango continua aquecida e o Brasil, maior exportador global da proteína, deverá manter o protagonismo no fornecimento do produto enquanto vários países produtores enfrentam restrição na oferta.
O abate sanitário, resultado dos casos de influenza aviária, tem reduzido a oferta de animais na Europa, América do Norte, Ásia e África. O conflito entre Rússia e Ucrânia pressionou a oferta de grãos no mercado internacional, elevando preços do milho. Além disso, a oferta global de carne de frango também caiu já que a produção ucraniana da proteína foi afetada pela guerra.
O Brasil destinou 67,83% dos 14,3 milhões de toneladas de carne de frango produzidas em 2021 ao mercado interno e 4,6 milhões de toneladas foram exportadas. O consumo per capita de carne de frango no Brasil alcançou 45,56 kg em 2021, o segundo maior índice já registrado pelo setor.
Por Anna Flavia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil