Estratégias para que produtores rurais preparem-se para esta condição climática extrema podem ser adotadas
Nos próximos dias, a temperatura deve baixar e as previsões apontam para ocorrência de geada no Estado de São Paulo. A formação de uma frente fria que se espalhará pelo Brasil, com os ventos frios da massa de ar polar, deve se intensificar com a presença de um ciclone extratropical estacionado sobre o Oceano, o que, possivelmente, levará à queda da temperatura média no estado, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Isso, somado à seca em que São Paulo se encontra, aos impactos ainda presentes do fenômeno La Niña e à atual umidade do ar, pode causar as geadas.
De acordo com o Instituto Agronômico (IAC-APTA), elas podem ocorrer da madrugada de 17 a 19 de maio para as diferentes regiões paulistas. Segundo a pesquisadora do IAC, Angelica Prela Pantano, as regiões ao sul do estado, na divisa com o Paraná; as próximas ao sul de Minas Gerais; e demais localidades, com altitude acima de 1.000 metros, são as mais sujeitas à formação de geadas.
Angelica informa que as temperaturas podem chegar a 3ºC nos municípios de Divinolândia, Caconde, São Sebastião da Grama, Espírito Santo do Pinhal, Cunha, Silveiras, Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal. “Os agricultores dessas regiões devem ficar atentos, principalmente para as culturas de café, hortaliças, cana-de-açúcar e milho”, afirma.
As localidades em que se precipitarem chuvas isoladas não devem ser atingidas pelas geadas, mesmo com temperaturas aptas para sua ocorrência, devido à alta umidade no solo.
Orientações aos produtores
As geadas costumam atingir o Estado durante o final de junho e o mês de julho, meses de entrada e intensificação do inverno. A ocorrência precoce deste fenômeno, com um mês de antecedência, sugere impactos mais intensos no setor agropecuário.
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, monitora constantemente as condições hidrometeorológicas paulistas, por meio da RedeDataClima. Em atenção ao fenômeno da geada, a CATI orienta produtores sobre as estratégias de preparação para a intempérie. Entre elas, destacam-se as que se seguem.
Proteção do ambiente e irrigação
- recomenda-se deixar o terreno limpo, para evitar a fonte de ar frio;
- em ambientes protegidos, realizar práticas adequadas, como irrigação, e observar se o tipo de cobertura impede a dissipação de calor interno;
- utilizar-se da irrigação por aspersão, alagamento, regador, entre outras, com início após a comprovação da queda da temperatura até o nível letal para a cultura;
- lançar mão de proteção física, cobrindo as mudas ou plantas com jornal, sacos de papel ou plásticos;
- a queima de fogueiras em pontos estratégicos ao redor da produção, associada com a circulação de ar forçada para espalhar o calor, pode ser realizada, mas com cuidado. Pelo risco de incêndios, a abertura de aceiro para controle e evitar acumulo de ar frio deve ser feita, nesses casos. Jamais se deve efetuar queima de pneus – trata-se de crime ambiental e com efeitos danosos à localidade;
- pulverizações prévias com calda preparada com açúcar ou melaço de cana, que também podem ser associadas com aminoácidos, auxiliam a recuperação rápida de plantas lesadas.
Culturas que precisam de menos água
- para períodos de estiagem e geadas, o planejamento prévio de uso da terra, com a opção por culturas com menor necessidade de água, é boa opção de medida preventiva.
Poda antecipada das frutíferas
- para as frutíferas, recomenda-se a antecipação da poda.
Alimento para o gado no inverno
- com a perda da qualidade das pastagens durante o período, recomenda-se o planejamento das criações animais para suplementação alimentar.
A massa polar deve perder forças a partir da quinta-feira (19/5), mas há previsão de uma nova massa polar no final de semana, com perspectivas de baixas temperaturas.
Por Assessoria de Comunicação
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo