DESTAQUES DO DIA

Alimentos: preços devem subir mais este ano, por conta do fenômeno La Nina

Banana, milho e soja devem ser os produtos mais afetados pela irregularidade do clima. Arroz e trigo não devem ser afetados. 

A alimentação é responsável pela maior parte dos gastos das famílias brasileiras. Com o aumento da inflação, o consumidor tem sentido no bolso a alta dos preços. Segundo levantamento da inflação de abril, medida pelo IPCA-15, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os alimentos ficaram 15% mais caros do último ano para agora. 

E segundo a professora de Economia e especialista em agronegócio da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich, o fenômeno La Nina, que altera os regimes de chuva, deve impactar a produção de certos alimentos, encarecendo ainda mais alguns itens da cesta básica.

LA NINà

O La Niña é um fenômeno natural que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, acarretando uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra. 

“O fenômeno natural já está ocorrendo há três anos e a previsão dos estudiosos do clima é que ele se estenda até verão de 2023. O resfriamento das águas dos oceanos tem impactos diversos no Brasil, impactando diretamente a produção agrícola do País. Em resumo, o clima fica instável: na região Sul pode haver geadas, no Sudeste e Centro-Oeste podem ocorrer secas e estiagens, enquanto no Norte e Nordeste o regime de chuvas pode ficar descontrolado, chovendo muito, ou muito pouco”, explica Nadja. 

IMPACTO NOS ALIMENTOS 

Essa instabilidade no clima impacta a produção agrícola de diversas formas, e os produtores precisam lidar e prever como atenuar os prejuízos, já que a chuva, geada ou calor em momento inapropriado da produção atrapalham as colheitas. 

“É possível que tenhamos elevação de preços no segundo semestre, por conta da seca nas regiões Sudeste e Sul. A fruticultura deve ser bastante afetada, com elevação dos preços, em especial, da banana. O milho também deve ser um dos cereais mais impactados, além da soja. A cana de açúcar é outro item que também deverá sofrer com o clima. Entre os alimentos quem não devem ter tanto impacto estão o arroz e o trigo”.
 

ESCASSEZ DE FERTILIZANTES 

A professora acrescenta ainda que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia não deve afetar, a princípio, o acesso dos produtores brasileiros a fertilizantes, insumo essencial para a agricultura.
 “Nosso país ainda precisa muito de insumos estrangeiros para a produção, especialmente fertilizantes. O conflito deixou em alerta o setor, visto que a Rússia é um grande produtor de fertilizantes. O Brasil tentou a princípio uma parceria com países do Oriente Médio e Canadá para garantir insumos, mas recentemente recebemos uma grande carga do material vindo da Rússia, então eu acredito que nesse quesito não teremos problemas”, finaliza.

A especialista: Nadja Heiderich é Doutora em Ciências (Economia Aplicada) na Universidade de São Paulo. Possui mestrado em Ciências (Economia Aplicada) pela Universidade de São Paulo (2012). Graduada em Ciências Econômicas pela FECAP (2008). Atualmente é professora no Centro Universitário FECAP e coordenadora do NECON FECAP (Núcleo de Estudos de Conjuntura Econômica). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, modelagem matemática, logística, agronegócio. 

Sobre a FECAP 
 A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em Educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade no Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos e livres. 

Diversos indicadores de desempenho comprovam a qualidade do ensino da FECAP: nota 5 (máxima) no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e no Guia da Faculdade Estadão Quero Educação 2021, e o reconhecimento como melhor centro universitário do Estado de São Paulo segundo o Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, a FECAP está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.

Fonte: Assessoria

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