A Bolsa de Grãos de Rosário (BCR) reduziu drasticamente a previsão para a safra de milho 2021/22 da Argentina, para 48 milhões de toneladas, devido à seca acompanhada de altas temperaturas que há um mês afetou as áreas agrícolas.
A nova estimativa, divulgada na quarta-feira, está bem abaixo das 56 milhões de toneladas que a bolsa havia estimado no mês passado.
A Argentina é o segundo maior exportador de milho do mundo. Assim, as condições secas que afetam o sul da América do Sul estão sendo acompanhadas pelos operadores globais há semanas, impulsionando os preços internacionais dos grãos.
“Já se passaram quase 30 dias sem milímetros significativos (chuvas) para ajudar: o milho continua a sofrer com duas ondas de calor que se sucederam com apenas uma semana de alívio”, descreveu a BCR em seu relatório mensal de safra.
De acordo com a entidade, o clima extremo colocou o milho semeado precocemente, que está em fase chave de desenvolvimento, “contra as cordas”, enquanto a atual campanha do cereal argentino dependerá do sucesso do grão tardio, que estará entrando em fase de desenvolvimento no final do verão austral.
A safra seria inferior ao ciclo 2020/21, quando a Argentina colheu 52 milhões de toneladas.
Até a semana passada, os agricultores argentinos tinham plantado 77% da área prevista para o milho, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC).
Prejuízo
O atual período de seca da Argentina terá um impacto de US$ 2,93 bilhões para os produtores de grãos do país, disse a Bolsa de Grãos de Rosário também nesta quinta-feira.
“Mesmo com a recuperação dos preços, a perda de receita líquida para os produtores já chega a US$ 2,93 bilhões, o que resultará em menos frete, menos serviços financeiros e de intermediação e menor consumo”, disse a bolsa.
Fonte: Reuters