Dados do comércio exterior também reforçam relevância do agronegócio para a economia paulista e brasileira.
Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), salienta que a estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2021/22 “evidencia a grande capacidade de superação do setor, após um ano marcado pela pandemia, seca, crise energética, geadas e incêndios”. O boletim aponta crescimento na produção de grãos ante a temporada 2020/21.
“A safra nacional de grãos deverá ser de 291,1 milhões de toneladas, com aumento de 15,1% ou 38,3 milhões de toneladas a mais em relação à anterior”, ressalta o presidente da Faesp, destacando outros aspectos do boletim da Conab: a soja terá incremento de 4% e o milho, 34,6%. Em novembro, com o avanço da semeadura das culturas de primeira safra, a estimativa da área a ser cultivada no País em 2021/22 é de 72 milhões de hectares ou crescimento de 4,3% sobre a temporada anterior. Nesse cálculo, estão incluídas as culturas de segunda safra, com os plantios entre janeiro e abril, e as culturas de terceira safra e de inverno, entre abril e junho.
Meirelles também chama atenção para o desempenho das lavouras em São Paulo e Minas Gerais na safra 2020/21, quando foram registrados recordes históricos de área, produtividade e produção para a região. “Isso estimulou os produtores a incrementarem a área plantada, estando previsto, na nova safra, crescimento de 2,7%, atingindo 3.143,3 mil hectares, segundo a Conab”.
Em São Paulo, as maiores áreas de grãos estão concentradas nas regiões Sul e Sudoeste, onde a cultura da cana-de-açúcar não tem encontrado condições propícias para seu desenvolvimento. Por conta deste quadro, as lavouras de cereais ganham a cada ano espaço nessas regiões. A soja consorciada com a cultura da cana-de-açúcar acentua-se na Região Norte/Noroeste do Estado, conforme a Conab, com destaque para os municípios em torno de Ribeirão Preto, onde há grande concentração de canaviais e de grandes unidades processadoras de cana-de-açúcar. Meirelles explica que essa técnica consorciada de plantio propicia a redução de custos de implantação dos canaviais.
Balança comercial
Meirelles também comenta dados que acabam de ser divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que corroboram a importância do setor para a economia e a balança comercial do País. Em novembro, as exportações do agronegócio somaram US$ 8,36 bilhões, recorde para o mês. As importações de produtos do agronegócio foram de US$ 1,45 bilhão. “Em apenas um mês, o agro produziu superávit setorial de US$ 6,9 bilhões e contribuiu, no período, com 41,2% nas exportações totais brasileiras”, enfatiza.
O presidente da Faesp também cita dados agora divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Na análise setorial do agronegócio, o resultado do acumulado de 2021, de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior, indica que o agronegócio paulista apresentou aumento de 12,4% nas exportações, alcançando US$14,36 bilhões. Crescimento das importações foi de 9,9%, totalizando US$3,34 bilhões. Com isso, o superávit foi de US$11,02 bilhões, 13,1% superior ao mesmo período de 2020. Segundo o IEA, a participação das exportações do agronegócio no total do Estado é de 36,4%, corroborando a relevância do setor?, conclui Meirelles.
Fonte: FAESP