O setor de carne suína enfrenta seu primeiro desafio de 2022 neste início de ano, quando a demanda doméstica é tradicionalmente mais fraca, disse o Rabobank em relatório divulgado na quinta-feira (27).
“A queda sazonal na demanda doméstica nos primeiros meses do ano será o primeiro desafio dos produtores”, disse o Rabobank.
“Os preços da carne e do suíno já começaram o ano sob pressão negativa, com menor interesse por parte da indústria.”
Os preços do suíno vivo e da carcaça caem mais de 20% no acumulado de janeiro nas diversas praças acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), devido à maior oferta de animais e de carne e da demanda enfraquecida.
O Cepea disse na quinta-feira (27) que os preços estão no menor patamar real desde agosto de 2018 na maioria das regiões.
Apesar da redução na demanda interna, o Rabobank disse que as exportações de carne suína, que geralmente caem neste período como resultado da reduzida demanda da China, registraram aumento nas primeiras semanas do ano.
O Rabobank espera um aumento de 1% a 2% nas exportações brasileiras de carne suína em 2022, conforme divulgado em podcast do banco na semana passada. A produção deve ter alta de 2,5%.
O setor de carne suína ainda pode ser afetado neste ano pelos altos custos de grãos usados na alimentação animal.
“O tempo mais seco já afetou a safra de grãos na Região Sul do Brasil. Como resultado, os preços subiram novamente em dezembro e no início de 2022, elevando os custos de ração”, disse o Rabobank.
O banco espera ter uma maior clareza em relação ao cenário para custos de grãos neste ano quando for iniciada a segunda safra de milho, que representa 7% da produção anual.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil