No mercado interno, “consumo se fortalecerá num futuro próximo”
As exportações de carne bovina brasileira devem crescer em 2022, com a Ásia continuando a ser o principal mercado, disse o Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa na semana passada.
“Esperamos que a produção de suínos volte a cair em muitos mercados asiáticos, incluindo a China, em 2022, pelos preços descendentes e alto custo com insumos, desestimulando assim a produção. Tal evento criará oportunidades para as exportações brasileiras”, disse o CiCarne em boletim assinado pelos pesquisadores Guilherme Cunha Malafaia, Sergio Raposo de Medeiros e Fernando Rodrigues Teixeira Dias.
Eles esperam que a China continue sendo o principal parceiro comercial da cadeia produtiva da carne bovina brasileira.
Os preços da carne devem continuar firmes, com o real desvalorizado em relação ao dólar, a R$ 5,50 ao fim de 2022.
Já no mercado doméstico, a inflação e o desemprego deverão afetar o consumo de carne bovina, que representa 75% da produção total. Durante a pandemia de covid-19, o consumo de carne bovina no Brasil caiu para o menor nível em 25 anos.
“Entretanto, esse consumo se fortalecerá num futuro próximo. Esperamos um crescimento constante à medida que a renda e as preferências alimentares se expandam”, disseram os pesquisadores.
A indústria de carne bovina brasileira também deverá se beneficiar da busca, por parte dos consumidores, de produtos premium.
Alguns dos potenciais riscos negativos para as exportações brasileiras seriam surtos de febre aftosa ou casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), que prejudicam as perspectivas de exportação do país e podem resultar em suspensões de compras.
O surgimento de novas variantes de covid-19, os gargalos do transporte marítimo, a oferta global de insumos, a pauta ambiental e o comércio internacional são alguns dos fatores que a CiCarne considera que devem ser monitorados pelo setor em 2022.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil