As associações que representam pecuaristas nos Estados Unidos NCBA e R-Calf enviaram correspondências ao secretário da Agricultura Tom Vilsack recentemente pedindo a suspensão das importações de carne bovina brasileira, alegando que o Brasil não reporta rapidamente casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A reivindicação ocorre num momento em que os EUA elevam as compras de carne bovina brasileira, produto que vem ganhando espaço no mercado norte-americano.
Os EUA já são o segundo maior comprador do produto brasileiro, após a China.
De janeiro a outubro, o Brasil exportou 95,7 mil toneladas de carne bovina para os EUA, uma alta de 96,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
O Brasil reportou dois casos de EEB atípicos à OIE no início de setembro. Dias depois, a OIE determinou o encerramento de caso sem alteração do status sanitário brasileiro, que segue como risco “insignificante” para a doença.
A NCBA pede que o governo norte-americano suspenda as importações de carne bovina in natura brasileira até que possa reavaliar os processos que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) brasileiro utiliza para detectar doenças e “outras ameaças aos consumidores”. A entidade também pede que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reavalie o sistema de diagnóstico laboratorial veterinário brasileiro.
“É hora de manter a carne bovina in natura brasileira fora deste país até que o USDA possa confirmar que o Brasil atende aos mesmos padrões de consumo e segurança alimentar que aplicamos a todos os nossos parceiros comerciais”, disse o vice-presidente de Assuntos Governamentais da NCBA, Ethan Lane.
A R-Calf pede a suspensão de toda a importação de carne bovina brasileira, incluindo produtos in natura e processados, que tenham sido potencialmente contaminados. A entidade defende que essa suspensão mais ampla é necessária porque processos de aquecimento da carne bovina não são capazes de inativar o príon da doença EEB.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil