Os estabelecimentos usavam açúcar líquido invertido em substituição ao mel ou em mistura para aumentar o volume do produto
Uma operação conjunta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), fiscalizou oito estabelecimentos de produção de mel no município de Campestre (MG) na última quinta-feira (18). Ação teve como objetivo desarticular organizações criminosas que atuavam no local, adulterando e falsificando mel. Foram apreendidos, aproximadamente, 32 toneladas de açúcar invertido (xarope de açúcar) e 25 toneladas de mel com suspeita de fraude.
“O uso de açúcar líquido invertido em substituição ao mel ou em mistura para fins de aumento de volume do produto é prática irregular e é considerada fraude conforme definição constante do artigo 504 § 2º inciso II do Decreto 9.013/17”, explica o chefe do 5º Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários, Pedro Bueno.
Segundo Bueno, estima-se que os ganhos irregulares com essa prática seriam da ordem R$ 26 a R$ 28 mil por tonelada produzida. Os produtos com suspeita de fraude serão encaminhados ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS), onde passarão por análises de razão isotópica do carbono.
Participaram da operação 16 auditores fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção de produtos de origem animal
Fraude
O açúcar líquido invertido é o produto oriundo da quebra da sacarose (açúcar obtido da cana de açúcar), gerando uma solução de glicose e frutose que consiste em um líquido bastante semelhante ao mel, mas sem as características nutricionais e funcionais do mel, que lhe agregam o valor diferenciado.
A Câmara Setorial do Mel do Ministério da Agricultura trabalha para intensificar as ações de combate às falsificações do produto. O presidente do órgão, José Soares Aragão Brito, alerta que o consumidor deve procurar produtos com certificação de serviço de inspeção federal, estadual ou municipal, além de estar atento às informações no rótulo, que deve trazer o número do registro.
Segundo ele, a identificação do mel fraudado dificilmente é possível de ser feita pelos consumidores. As diferenças no sabor também não são facilmente identificadas. “A olho nu não tem como, aparentemente ele vai parecer como mel. O sabor também não é fácil de distinguir”, explica Brito, que também é presidente da Confederação Brasileira de Apicultura.
Fonte: MAPA
