ho nos Núcleos de Produção de Mudas (NPMs) do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM).
A abertura contou com a presença do coordenador substituto da CATI/CDRS, engenheiro agrônomo João Brunelli Junior, que destacou a importância do evento que integra toda a cadeia, indo da pesquisa até a comercialização, passando pela viticultura, enologia e enoturismo, com informações relevantes para o setor produtivo da região Sudeste. “Acompanho já há bastante tempo os vitivinicultores paulistas, temos uma parceira antiga e me sinto muito orgulho de ter feito parte e verificado as conquistas que vêm sendo feitas por esse grupo ao longo dos anos”. Entre os projetos acompanhados pela CATI, o Microbacias II − Acesso ao Mercado permitiu a aquisição de um caminhão de envase de vinho que, no mesmo modelo de regiões tradicionais de países vizinhos, demonstrou o espírito empreendedor e o pioneirismo deste grupo de vitivinicultores.
O pesquisador do IAC Centro de Frutas, José Luiz Hernandes, um dos autores da publicação Vinhedo Paulista, editada pelo Centro de Comunicação Rural (Cecor/CATI-CDRS), junto com a pesquisadora Mara Fernandes Moura e toda equipe do IAC Centro de Frutas, apresentaram ao setor produtivo a cultivar IAC-Ribas. Segundo o IAC Centro de Frutas, “o material, fruto do cruzamento entre as cultivares Syrah e Seibel, se destaca por ter cachos com boa conformação, de tamanho médio, forma de baga redonda, sabor neutro bom e coloração levemente âmbar, além de alto teor de sólidos solúveis, ótima fertilidade de gema e facilidade de manejo de cachos. Outra característica interessante é sua boa estrutura e características químicas para elaboração de vinhos. Produtores de Jundiaí, Jarinu, Bragança Paulista e Indaiatuba já estão comercializando vinhos produzidos com a cultivar”.
Para Hernandes, está havendo uma renovação da vitivinicultura e até mesmo uma retomada no Estado de São Paulo. “Participamos desde o primeiro evento da Enoconexão com palestras e apoio, mas neste quarto encontro estamos trabalhando realmente em parceria, inclusive na cessão do espaço do Centro de Fruticultura aqui em Jundiaí para que ocorresse. A Enoconexão é uma empresa comandada por dois jovens, Ariana Sgarioni, na terceira geração de produtores de vinho, e Rafael Vicchini, ambos preocupados em melhorar a formação técnica dos vitivinicultores e, em consequência, a melhoria dos vinhedos e a qualidade do vinho paulista”, frisou Hernandes.
Toda a programação que se iniciou no dia 22 de novembro e irá até 25 de novembro pode ser conferida ao acessar https://www.enoconexao.com.br/eventos/. E a publicação lançada também no evento sobre a cultivas IAC-Ribas está disponível em http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/arquivos/iacbt228.pdf
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com seus órgãos de pesquisa e extensão rural estão na vanguarda da vitivinicultura
A parceria IAC-CATI tem dado bons frutos no quesito implantação de pomares de videiras. O Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí desenvolveu, há cerca de 18 anos, e está em constante melhoramento, uma nova tecnologia para a enxertia de mudas de videira, em especial as que são produzidas nessa unidade e também no NPM Marília. “As áreas de produção de uvas, seja para mesa, suco ou vinhos chamados “de rotina” como os produzidos pelas variedades Isabel, Concord e Bordeaux, assim como a Niagara Branca e Niagara Rosada estão em franca expansão. E temos o orgulho, como profissionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, de ver que a IAC-Ribas já vem dando bons resultados na produção de vinhos brancos e espumantes. É, mais uma vez, São Paulo está à frente do desenvolvimento de cultivares e tecnologias que atendam os anseios dos vitivinicultores paulistas”, afirma o engenheiro agrônomo Amélio José Berti que ficou anos no comando do NPM São Bento e que continua dando suporte nas ações desenvolvidas pelo DSMM na área de produção de mudas de fruteiras de clima temperado e subtropical.
A técnica utilizada pela CATI na produção de mudas de videira é pelo sistema de borbulhia que faz com que possam ser feitos vários enxertos no mesmo ramo, a cada 15 e/ou 20cm. A muda é exertada da segunda quinzena de dezembro até a primeira quinzena de janeiro. Em agosto é feita a retirada dos ramos do conjunto copa-cavalo, seccionando as estacas que serão enraizadas no berço de areia, indo, a seguir, para as sacolas preparadas com 2Lts de substrato. As mudas estarão prontas para ir para o campo no início do período das águas, normalmente a parir do final de novembro. “Nesse sistema toda gema da estaca-cavalo é ‘cegada’ e o cavalo não brotará mais, evitando que seja preciso a operação de retirada de novas brotações e, com isso, não causará ferimentos na planta na região próxima ao solo”, explica Amélio Berti.
“Essa medida é importante porque as principais doenças da videira são as de solo, as da parte aérea, geralmente fungos, são mais fáceis de serem controladas, mas as do solo, como a filoxera, que ataca as raízes, foi uma doença séria, mas que também veio a promover, em especial nos Estados Unidos e Europa, a se trabalhar com enxertia usando para isso as uvas rústicas como cavalo, em especial a IAC-766, resistente à antracnose e que vai até o momento da enxertia sem pulverizações”, conta Amélio Berti. Em janeiro, com as águas, a muda enxertada estará pronta para ir para o campo. As encomendas podem ser feitas nos próprios NPM do DSMM. Os endereços podem ser encontrados no site www.cdrs.sp.gov.br.
“Nós da CATI e os pesquisadores do IAC, em especial o José Luiz Hernandes, vimos trabalhando em parceria já há muitos anos. O nosso próximo desafio é reduzir o custo de implantação ao trabalhar com estacas enraizadas que dispensarão o uso de 2Lts de substrato na entrega da muda aos produtores”, avisa Berti. O que este trabalho em conjunto trouxe de benefício é uma produção já no primeiro ano de implantação do pomar; no segundo ano a produção já chega a pagar o custo da implantação. Outro grande e principal benefício é a fitossanidade alcançada com as mudas enxertadas por borbulhia.
Encontros como o Enoconexão são importantes para que toda a cadeia possa acompanhar os avanços desta cultura que tem se expandido para várias novas áreas no Estado de São Paulo, em especial a região Oeste, como em Jales, e também em Assis, Marília, Mairinque e, em Jundiaí, porém estas duas últimas sofrendo forte pressão da expansão imobiliária, sendo necessário reduzir os custos de implantação, formação e renovação de pomares de videiras.
Graça Moreira D’Auria
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo