A BRF anunciou na quarta-feira (07) que investiu US$ 2,5 milhões na segunda rodada de investimentos na start-up israelense produtora de carne cultivada Aleph Farms.
A start-up produz carne em laboratório a partir de células bovinas não geneticamente modificadas. A Aleph já arrecadou mais de US$ 118 milhões de diversos investidores, que serão aplicados para executar planos de comercialização de carne cultivada em escala global e expansão do portfólio.
“Compreendemos nosso papel nessa transformação da indústria alimentícia e, por isto, estamos investindo na Aleph Farms, uma empresa que compartilha conosco o propósito de levar alimentos de qualidade, elaborados com tecnologia disruptiva, para todas as pessoas”, disse o CEO global da BRF, Lorival Luz, em comunicado.
A BRF disse que o investimento na Aleph Farms é um importante marco rumo à estratégia de crescimento apresentada no plano Visão 2030, que visa atingir receita superior a R$ 100 bilhões na próxima década e consolidar a empresa como uma das líderes do setor de alimentos no mundo. A empresa já havia anunciado a parceria com a Aleph em março deste ano.
O vice-presidente de Novos Negócios da BRF, Marcel Sacco, disse que o mercado de carnes cultivadas está em franca expansão e que a BRF quer liderar a transformação na forma de consumir proteínas.
“Acreditamos que esse investimento e a parceria estratégica com a Aleph Farms representam o futuro da nossa relação com a indústria alimentícia e contribuem para potencializar start-ups que estão na vanguarda da transformação”, disse Sacco.
A carne cultivada é produzida com a obtenção de células de animais, sem a realização do abate. As células são cultivadas fora do corpo do animal com o fornecimento de nutrientes e ambiente propício para o seu desenvolvimento. O processo automatizado e o ambiente estéril eliminam a necessidade de antibióticos e reduz muito o risco de patógenos ou contaminantes.
“Todo esse processo leva uma fração do tempo necessário para cultivar carne convencional com uma fração dos recursos que exige”, disse a BRF.
A produção ainda está em fase de testes, mas a BRF espera levar ao mercado brasileiro hambúrguer, almôndegas, embutidos como salsicha e steaks produzidos em laboratório.
“Diversos estudos, realizados com base na metodologia de Análise do Ciclo de Vida, apontam que a produção de carne cultivada tem potencial para reduzir significativamente a emissão de gases do efeito estufa, além de diminuir o uso de terras para criação de animais em mais de 90% e o uso de água em até 50%”, disse a BRF.
(Nota dos editores: a foto desta matéria não representa o produto cultivado, é meramente ilustrativa)
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil