Pesquisador do Instituto há quase 30 anos, Celso Luis Rodrigues Vegro ressalta importância do IEA para o agro e o Estado de São Paulo
ma das mais relevantes instituições voltadas a análises socioeconômicas do agro em São Paulo, o Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem como novo diretor-geral Celso Luis Rodrigues Vegro. O gestor foi escolhido para a direção do Instituto, que faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), pelo Secretário de Agricultura, Itamar Borges, à frente da Pasta desde o começo do mês.
Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Vegro tem Especialização em Sistemas Agrários pela PUC e é mestre em Desenvolvimento Rural pela UFRJ. Pesquisador do IEA desde 1992, atuando com análise socioeconômica do agronegócio café, o novo diretor-geral tem sido consultor de órgãos nacionais e internacionais, como INCRA, FAO e Banco Mundial. É ainda autor de livros e artigos científicos na área. O gestor inicia sua segunda passagem à frente do Instituto, já tendo ocupado o cargo entre 2017 e 2019.
“O IEA é um Instituto bastante diferenciado dos demais da APTA, tendo uma especialização muito forte na análise estatística e banco de dados relativos à agropecuária paulista. Essa característica concede à instituição uma capacidade de planejamento, elaboração de estratégias e construção de cenários diferenciada em relação aos demais Institutos”, conta o novo diretor-geral. Para ele, um dos pontos fortes do Instituto é o quadro de pessoal diversificado, que integra desde geógrafos e agrônomos à matemáticos e estatísticos, o que possibilita a construção de análises bastante refinadas.
Conforme explica o gestor, os serviços prestados pelo IEA aos produtores rurais paulistas vão desde o fornecimento de dados simples, como o preço do feijão em uma determinada região, até séries históricas completas, que começam em 1942, quando o Instituto foi fundado. “Temos cerca de 3,5 milhões de registros estatísticos em nosso banco de dados e recebemos cerca de 1,5 milhão de acessos por ano”, ressalta Vegro. Segundo diz, as informações têm, hoje, uma apresentação muito mais amigável, e qualquer pessoa pode ter acesso a elas na forma de gráficos, cálculos percentuais, variações, séries históricas etc.
Projetos e planos
O diretor conta que tem várias perspectivas para o Instituto em sua gestão. Na atualidade, a mais importante é a continuidade e ampliação do Programa Rotas Rurais, de endereçamento de áreas rurais. “Vamos mapear todos os caminhos que levam às propriedades rurais e conceder um código que vai emitir a localização via Google Maps ou Waze”, detalha Vegro. Conforme explica, isso vai facilitar muito a vida do produtor rural quando fizer, por exemplo, a compra de uma geladeira, que vai poder ser entregue diretamente em sua casa. “É muito complicado não ter um endereço, como quando há um incêndio e precisa-se chamar os bombeiros, ou um furto e se precisa do apoio da Polícia Militar, uma ambulância etc. É essencial que todos tenham um endereço para se construir a cidadania no campo”, enfatiza. O gestor acredita que, até o final de 2022, todas as estradas rurais do Estado de SP estarão mapeadas, com cada porteira sinalizada por um código que vai permitir acessar facilmente qualquer endereço.
Além dos objetivos maiores, Vegro coloca que o intuito é seguir em projetos de pesquisa junto aos demais institutos da APTA e outras Instituições, voltados a análises de impacto, precificação, valoração de tecnologias e preço de terras. O IEA planeja ainda lançar mais 3 aplicativos.
Na opinião do novo diretor, também é importante intensificar os esforços voltados às análises de preço de terras, essenciais para processos tributários. “Os preços de terra feitos pelo IEA, em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cdrs/Cati – também da Secretaria), agroindústrias, cooperativas e corretoras de imóveis, atende aos 645 municípios do Estado, avaliando 7 tipos de terras”, realça Vegro. O levantamento, menciona, é feito uma vez por ano e o dado é usado no cálculo de dois impostos: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). “Sem o preço oficial, você pode vir a pagar a mais ou a menos do que o valor real e ser autuado pela Receita Federal. O preço oficial, fornecido pelo IEA, resolve esse problema, pois você passa a pagar dentro do que recomenda a Receita”, pormenoriza o diretor. Somente o ITCMD, pontua, arrecada anualmente cerca de R$2 bilhões para o Estado de SP. “O IEA, junto à Cdrs/Cati, tem esse papel relevantíssimo, que aporta esse valor ao Tesouro do Estado”, garante o gestor. “Essa é uma função intransferível e, por isso, o Instituto é essencial para o Governo estadual”, finaliza Vegro.
Novos diretores
Além do IEA, outras Unidades da APTA passaram a ter novas lideranças sob a gestão de Itamar Borges à frente da Secretaria de Agricultura. O novo Coordenador da Agência é o pesquisador do Instituto de Pesca (IP) Sérgio Tutui. O Instituto Agronômico (IAC) passou a ser dirigido por Marcos Landell, o IP, por Cristiane Neiva, e o Instituto de Zootecnia (IZ), por Enilson Ribeiro. A APTA Regional, responsável por 11 Polos de Pesquisa, está agora sob a direção de Daniel Gomes, e o Departamento de Gestão Estratégica (DGE) fica a cargo de Renata Arnandes.
Por Gustavo Almeida
Assessoria de Imprensa APTA
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo