Dia do Pescador e da Pescadora

No dia 29 de junho é comemorado o Dia do Pescador e da Pescadora, em homenagem aos(às) profissionais que se dedicam a diversas atividades da cadeia produtiva do pescado e aos amantes da pesca esportiva.

Para celebrar a data e homenagear pescadores e pescadoras de todo Brasil, o Instituto de Pesca (IP-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, conversou com o pesquisador científico do Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Marinho (CAPPM-IP), Alberto Ferreira de Amorim, que tem forte atuação junto a diversas comunidades, cooperativas e profissionais de pesca da Baixada Santista, e que conta um pouco da realidade desta região.

Como é a rotina de um(a) pescador(a) na Baixada Santista?

“Na pesca industrial, pescadores(as) embarcados(as), acordam bem cedo para colher o pescado. Na maioria das vezes existe diferença de trabalhos e podem fazer um rodízio. Em geral sabem puxar o peixe, eviscerar e armazená-lo.  

Pescadores(as) artesanais e/ou esportivos, na véspera preparam a embarcação e o petrecho, dependendo logicamente do que pretendem pegar; da época e onde. Saem bem cedo, e têm como característica serem mais calados. Normalmente trazem o pescado como foi capturado; descansam e depois preparam tudo novamente para sair no dia seguinte.

Às vezes, devido às condições de mar pescadores(as) embarcados(as) ficam a bordo aguardando o tempo melhorar; já quem se dedica à pesca artesanal e esportiva, em geral, não sai para pescar, mas não fica sem trabalhar; estando sempre consertando as redes e a embarcação.

A alimentação também se diferencia, pescador(a) industrial come variedade de comida, e raramente o pescado; enquanto pescador(a) artesanal come o pescado, sempre que pode; e troca com alguém ou vende o que captura”.

Com base em sua experiência e vivência junto às comunidades e cooperativas da Baixada Santista, quais são as dificuldades vividas por pescadores(as)?

“Sempre dizem que antigamente tinha muito pescado e não tinha para quem vender; hoje falam que está ao contrário. A diminuição da produção é geral, devido à modificação do meio ambiente, aumento da poluição, aumento da captura e outros. Como sempre trabalham com sol, chuva, vento, frio e outras intempéries morrem mais cedo e envelhecem precocemente. Mas, raramente sofrem acidentes, pois trabalham desde cedo com a família ou recebem orientação e ensinamentos que passam de pai para filho”.

Em geral, quais são os sonhos e desejos de pescadores(as)?

“Que os filhos estudem e atuem em outra atividade, pois não vem mais campo de trabalho na pesca”.

Como o Instituto de Pesca contribui para as comunidades pesqueiras da Baixada Santista?

“O contato com o setor industrial iniciou em dezembro de 1973 com a pesca atuneira, e o artesanal em agosto de 1998 com a suposta proibição da pesca no estuário.

O Brasil faz parte da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico-ICCAT e, anualmente, precisa coletar, analisar e repassar dados de sua pesca atuneira; os agulhões que são a fauna acompanhante do atum, também são pescados esportivamente, na mesma proporção. Portanto, desde 1979 o Instituto de Pesca, em parceria com Eduardo Pimenta (Universidade Veiga de Almeida, Cabo Frio, RJ), mantém contato e faz visitação ao Iate Clube do Rio de Janeiro e, posteriormente, passou a visitar outros. Na pesca artesanal, em 1998, a Promotoria Pública criou uma Comissão e fui indicado pelos pescadores para participar.

A pesca industrial atuneira e esportiva oceânica após o primeiro contato, sempre foram monitoradas. A artesanal, sem informação, viu-se a necessidade de criar um cadastro atualizado de pescadores para verificar quantos eram, quais suas especialidades de pesca, qual sua situação econômica e demais necessidades. A partir deste primeiro cadastro foram baseadas as reivindicações para o setor, desde necessidades básicas até à de conservação da cultura caiçara, por meio da manutenção de suas festividades e seus hábitos tradicionais.

Na pesca artesanal foi criada a figura Pescador Agente Ambiental; na esportiva o pesque marque e solte e/ou pesque e solte de peixes-de-bico (agulhões).

Na pesca industrial, o Instituto contribuiu com publicações e apresentações de diversos artigos nas reuniões anuais da ICCAT, desde 1975 até a presente data. Na esportiva, junto aos iates clubes de pesca oceânica, em 1992 criou o Programa de Marcação de Peixes-de-Bico, visando à liberação de todos os peixes, o que foi conseguido plenamente em 2000, em parceria com a “The Billfish Foundation”. Na artesanal, criou o Programa Apoio à Pesca Artesanal, em parceria com Transpetro, Usiminas, Ultrafertil e Embraport.

Junto à comunidade de pesca artesanal foi criado o Jornal Martim-pescador; que deu apoio às festas tradicionais, às visitas das comunidades ao Aquário de Santos, Museu de Pesca entre outros”.

Assim como Amorim, muitos outros pesquisadores do Instituto de Pesca atuam junto às comunidades de pescadores e pescadoras, apoiando-os por meio de projetos e programas de pesquisa, cultura, educação, políticas públicas etc., que venham a beneficiar os processos de trabalho, as melhorias da profissão e, sobretudo, a qualidade de vida desses trabalhadores das águas que merecem sempre uma homenagem.

O Instituto de Pesca parabeniza pescadores e pescadores neste dia, com votos de sucesso em suas conquistas.

Por Assessoria de Comunicação

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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Dia do Pescador e da Pescadora

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