Estudo identificou 26 produtos vegetais com potencial para mercados diferenciados
Os resultados do maior diagnóstico já realizado no Brasil sobre o potencial produtivo de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias serão apresentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta segunda-feira (24), às 14h, em seminário on-line com transmissão ao vivo pelo Youtube.
O evento “Cadeias de Valor em Plantas Medicinais e a Agenda 2030: contribuições da sociobiodiversidade para reflexão sobre novos modelos de produção para a preservação da vida e da saúde no planeta” ocorre no âmbito do projeto ArticulaFito, iniciativa conjunta das duas instituições, que identificou 26 produtos oriundos de espécies vegetais com potencial para mercados diferenciados. Os produtos identificados são chás, colírios, repelentes, hidratantes, azeites para uso na gastronomia e outros.
O seminário está organizado em três painéis que, por meio do diálogo entre os palestrantes, têm o propósito de promover a integração entre conhecimento científico e saberes tradicionais. Dentre as temáticas a serem abordadas estão as “Estratégias para Uso Sustentável da Sociobiodiversidade”, “Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável” e “Saúde e Sustentabilidade: a visão de povos e comunidades tradicionais”.
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A abertura terá a participação do secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, da coordenadora técnica e executiva do ArticulaFito, Joseane Costado, e o coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha.
“Será mostrado para a sociedade o resultado de um projeto sólido que temos com a Fiocruz e que é mais uma estratégia que o Mapa adota para implementar o programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, com foco na geração de renda e, consequentemente, na melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares e dos povos e comunidades tradicionais. O potencial de uso da biodiversidade brasileira é enorme. E a agricultura familiar já desenvolve atividades com plantas que têm potencial de uso medicinal, fitoterápico, cosmético e vários outros”, destaca Fernando Schwanke.
O seminário convida à reflexão sobre os atuais sistemas de produção, segundo a coordenadora do ArticulaFito e pesquisadora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Joseane Costa. “Com a pandemia de Covid-19, ficou ainda mais clara a necessidade de novos modos de produção. No marco da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o mapeamento inédito realizado pelo ArticulaFito aponta para experiências concretas de inclusão produtiva. São modelos produtivos protagonizados por agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais que movimentam uma economia que não é apenas monetária, mas também social, ambiental, cultural e participativa, constituindo o que chamamos de cadeia de valor. Precisamos valorizar essas culturas e seus territórios, ouvi-los e aprender com eles”.
A moderação da mesa de abertura será realizada pelo coordenador de Relações Institucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, que adianta como será a dinâmica. “Vamos conversar sobre saúde e sustentabilidade na perspectiva do conceito One World, One Health, isto é, integrando a saúde das pessoas, das comunidades e do planeta. A Organização Mundial da Saúde, OMS, recomenda que os países adotem essa abordagem em seus programas, políticas, leis e pesquisas, para que seja possível alcançarmos os melhores resultados de saúde pública nacional e globalmente”.
Projeto
O ArticulaFito busca fortalecer a base produtiva de plantas medicinais no país, por meio da articulação com os diversos atores e segmentos envolvidos na produção dessas plantas, como órgãos e instituições da área da saúde e agricultura, instituições de ensino, atores individuais, comitês e demais organizações sociais, passando por todos os elos das cadeias, desde a produção da matéria-prima até o consumo final.
O mapeamento realizado pelo projeto é fruto de diagnóstico participativo que envolveu agricultores familiares, extrativistas, representantes da indústria, do comércio e de instituições públicas, além da equipe técnica do ArticulaFito. O processo foi pautado pela metodologia Value-Links-Biodiversidade, desenvolvida pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão).
Para apoiar o percurso dos agricultores familiares e extrativistas até as visões de futuro de suas cadeias de valor em plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias, o projeto promove oficinas de capacitação. Para assistir às videoaulas, basta acessar a página http://youtube.com/articulafito.
Serviço
Seminário on-line “Cadeias de Valor em Plantas Medicinais e a Agenda 2030: contribuições da sociobiodiversidade na reflexão sobre novos modelos de produção para a preservação da vida e da saúde no planeta”
Data: 24 de maio (segunda-feira)
Hora: 14h às 17h
Transmissão ao vivo em www.youtube.com/videosaudedistribuidoradafiocruz
Fonte: MAPA