Produção total do grão no Brasil recua para 105,06 milhões de toneladas em 2020/21
A consultoria StoneX cortou em 4,5% sua projeção para a segunda safra de milho do Brasil na temporada 2020/21, o que acabou resultando também em corte da estimativa de produção total de milho do País na safra atual, para 105,06 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era de 108,5 milhões de toneladas. Na safra 2019/20, foram colhidos 102,5 milhões de toneladas do cereal no País.
Para a primeira safra do cereal, a consultoria elevou a projeção de produção em 230 mil toneladas, para 25,63 milhões de toneladas, ante 25,4 milhões de toneladas esperadas no mês passado. “Estados que plantam mais tarde e onde a safra ainda está finalizando o desenvolvimento, como Maranhão e Piauí, foram beneficiados por condições climáticas favoráveis”, explicou em nota a analista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi.
A empresa ajustou para cima a estimativa de produtividade da safra de verão de 6,06 toneladas por hectare para 6,12 toneladas por hectare. A estimativa de área plantada foi mantida em 4,19 milhões de hectares. O volume de produção, se confirmado, ficaria abaixo do obtido na safra de verão do ciclo 2019/20, de 26,16 milhões de toneladas, em virtude de quedas anuais em importantes produtores do cereal como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
Em relação à segunda safra do cereal ou safrinha, a StoneX diminuiu sua projeção de produção em 4,5%, de 81,3 milhões de toneladas previstas em março para 77,6 milhões de toneladas neste mês. A StoneX destaca que mesmo com o corte na estimativa, o volume, caso confirmado, será recorde. No ciclo 2019/20, foram colhidos 74,35 milhões de toneladas do cereal na safrinha. A expectativa de produtividade também foi ajustada de 5,56 toneladas por hectare para 5,33 toneladas por hectare, enquanto a projeção de área plantada foi cortada de 14,63 milhões de hectares para 14,57 milhões de hectares.
De acordo com a consultoria, os atrasos motivados pelo ciclo mais tardio da soja e pelo excesso de chuvas em fevereiro e março geraram impactos nas perspectivas de rendimento de importantes Estados produtores como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “O corte da estimativa de Mato Grosso ficou perto de 3 milhões de toneladas. Mesmo com essas revisões, a safra de inverno ainda não está definida, com o clima em abril, e mesmo em maio, sendo determinante”, pondera Lodi, na nota.
Com os ajustes feitos nas estimativas de oferta e manutenção dos dados de demanda, a previsão de estoque final em 2020/21 foi revisada de 13,1 milhões de toneladas para 9,66 milhões de toneladas, ainda acima das reservas da safra 2019/20 (10,6 milhões de toneladas).
A consultoria ressalta que os estoques abaixo de 10 milhões de toneladas tendem a reforçar o cenário de preços fortalecidos do cereal.
A StoneX mantém projeção de exportação de 35 milhões de toneladas no ciclo 2020/21, levemente acima do ciclo 2019/20 (34,89 milhões de toneladas) e demanda doméstica de 72 milhões de toneladas. “Assim como para a soja, a demanda ainda pode variar até o final do ciclo, mas as perspectivas são de crescimento importante no consumo doméstico”, conclui a analista.
Por Isadora Duarte
Fonte: Agência Estado