Dados apontam aumento de produção para o milho safrinha (24,3%) e amendoim (9,1%). Soja mantém a posição de grão mais cultivado
A cultura da soja continua em processo de expansão no Estado. Os resultados indicam uma área 5,3% maior que a contabilizada em 2019/20, alcançando 1.159,2 mil hectares. Em termos produtivos, o crescimento é de 1,8%, com média de 3.548 kg/ha (59,1 sc. 60 kg/ha). A produção deve atingir 4.112 mil toneladas, volume 7,2% superior ao obtido em 2020 (3.836 mil/t). Em relação aos preços, em fevereiro de 2020, a saca estava cotada em média R$ 78,44; já em fevereiro de 2021, a média passou para R$ 158,77, pouco mais de 100% de aumento, motivo mais que suficiente para incentivar o produtor a expandir a área de produção no estado, apesar do aumento dos custos de produção.
Para a safra agrícola 2020/21 de amendoim em grão, o Estado de São Paulo, maior produtor nacional (respondendo por aproximadamente 90% da produção nacional), apresenta aumento de área plantada da ordem de 10,6%, podendo atingir 170,5 mil ha. O volume produzido deve atingir 27,3 milhões de sc. 25 kg (681,5 mil t), volume 9,1% superior à safra passada. A versatilidade do amendoim tem chamado atenção de produtores rurais, que aproveitam geralmente a entressafra da cana-de-açúcar para cultivar o grão.
O atual levantamento da safra de milho safrinha indica alta esperada na área de plantio em 8,1%, comparativamente ao ciclo anterior, chegando a ocupar uma extensão de 520,9 mil ha. A produtividade esperada é de 15% superior à de 2019/20, e espera-se uma produção de 2.537,5 mil t (42,3 milhões de sacas), com incremento de 24,3%. Os valores positivos referem-se a uma recuperação produtiva e a um aumento de área, possivelmente ligado à redução de área do milho 1ª safra e ao bom momento de preços ao produtor.
Já o milho 1ª safra deve ter redução de 3,7% na área de plantio, 339,9 mil ha, ante 352,8 mil ha da última safra, seguindo a tendência de queda dos últimos dez anos. Neste ano, a produtividade esperada é 1,4% superior à de 2019/20, alcançando assim produção de 2.225,5 mil t (37,1 milhões de sacas). A remuneração para o produtor também segue em alta e, em fevereiro de 2021, o IEA cotou a saca de 60 kg em R$ 78,92, maior valor dos últimos 24 meses.
O cultivo do feijão é realizado em três safras conforme o calendário agrícola: águas (setembro a janeiro), seca (fevereiro a junho) e inverno (abril a setembro), podendo variar de acordo com as condições do clima e conjuntura de mercado. Fevereiro marca o encerramento da safra paulista 2020/21 da cultura do feijão das águas. Os resultados apontaram uma produção de 149 mil t, volume 4,9% superior em relação à safra anterior e incremento de 21,5% de produtividade (com 2.802 kg/ha). Em relação à área plantada, houve redução de 13,6%, contabilizando 53,2 mil ha cultivados, 8,4 mil ha menor do que a safra 2019/20.
Para o feijão da seca, foram levantadas as primeiras informações da safra 2020/21. Na comparação com a safra 2019/20, as previsões iniciais apontam reduções tanto para área cultivada (-23,9%) como para a produção (-23,3%). Por se tratar de uma estimativa preliminar, o próximo levantamento que está sendo realizado em abril trará informações mais consolidadas com os plantios tardios, realizados no final do mês de fevereiro e em março.
A Cana-de-açúcar – principal produto agrícola de São Paulo –, está presente em 503 municípios; sendo que 16,5% (83 municípios) respondem por 50% tanto da área estadual quanto da produção total do Estado. A estimativa preliminar da produção paulista é de 437,8 milhões de toneladas, valor similar ao obtido na safra anterior (+0,1%). As condições edafoclimáticas para a presente safra canavieira são positivas, refletindo no acréscimo de 0,2% no rendimento agrícola, chegando a 78.490 kg/ha. A produtividade da terra nos 83 principais municípios produtores está entre 60 t/ha e 93 t/ha. A ligeira oscilação negativa da área (-0,5%) não afetará a produção da cultura.
A estimativa preliminar da safra agrícola paulista 2020/21 de Laranja é de 308,64 milhões de caixas de 40,8 kg (12.592,4 mil t), volume 2,9% inferior à quantidade obtida em 2019/20 (12.963,2 mil t). Esse volume contabiliza a safra paulista de laranja destinada ao mercado e à indústria, as caixas perdidas no processo produtivo e na colheita, bem como os frutos provenientes de pomares pouco expressivos economicamente. A área ocupada com pomares de laranja é de 431,3 mil ha, correspondendo a 172,9 milhões de plantas, estimando-se 93% aptas para produção. A situação climática, ainda sob os efeitos de La Niña, afetou a produtividade da terra que caiu 2,4%, registrando 31.231 kg/ha (1,98 cx. 40,8 kg/pé). Os próximos levantamentos refletirão mais adequadamente o comportamento da safra.
O 3º levantamento das previsões de área e produção de culturas agrícolas no Estado de São Paulo referentes à safra agrícola 2020/21 foi realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) e aponta a evolução das principais culturas do Estado obtidos nos 645 municípios paulistas. O inventário traz ainda detalhes das safras agrícolas de café, olerícolas como batata, tomate e cebola, e banana.
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas e informações sobre as demais culturas agrícolas acompanhadas nesse levantamento, assim como conhecer a metodologia utilizada, clique aqui.
Por Paloma Minke
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo