O frango abatido resfriado vai chegando ao final de março com um valor médio, mensal, que não deve ir além dos R$5,44/kg (base: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo).
À primeira vista não é um mau resultado, porque esse valor representa ganho de, praticamente, 28% sobre março do ano passado. Porém, o ganho é apenas aparente, porque os custos, que já eram elevados, evoluíram em índices bastante superiores. Mas não só. Pois, comparativamente ao mês anterior, fevereiro de 2021, o incremento de preço não chega nem a meio por cento, o que significa que não deve cobrir nem mesmo a inflação do mês.
Ainda assim, não dá para ignorar que poderia ter sido pior. Pois março transcorreu todo dentro do Tempo da Quaresma (iniciado em 17 de fevereiro), período religioso em que as carnes – ou seja, não só a de frango – enfrentam forte retração no consumo e concomitante queda de preços.
Ilustrando, basta dizer que em apenas seis dos passados 21 anos (2000/2020) o preço do frango abatido alcançou em março valor superior ao de fevereiro, nessas poucas vezes por margem mínima. E, na média desse período, a cotação alcançada em março foi mais de 3% inferior à registrada um mês antes. Ou seja: o desempenho no corrente mês não foi tão ruim.
Em termos trimestrais, o frango abatido fecha o primeiro quarto do ano com um valor médio 25% superior ao de idêntico período de 2020. Mas também neste caso o índice é irrelevante, pois a variação no custo ficou em, pelo menos, o dobro. Isto, note-se, considerados apenas o custo de produção do frango, ou seja, sem levar em conta o custo adicional decorrente da adoção de medidas visando a conter a disseminação da Covid-19 em todo o sistema de produção, abate e distribuição.
Fonte: AviSite