O mutirão para combate da raiva dos herbívoros contra sua disseminação em animais na região do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Marília fiscalizou 59 abrigos, sendo quatro naturais (tocas, grutas, cavernas e ocos de árvores), 55 artificiais (bueiros, túneis, tubulações em rodovias, minas, casas abandonadas) e quatro abrigos novos. O trabalho consiste em capturar alguns morcegos hematófagos fazer a aplicação de uma pasta vampiricida e soltá-los para retornarem a seus abrigos, promovendo a redução do número de indivíduos, mas protegendo a espécie. Foram capturados 243 morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus que se alimenta de sangue e é o principal transmissor da raiva para os herbívoros. Destes, 163 receberam a pasta e foram soltos.
O controle da raiva dos herbívoros foi realizado por equipes especializadas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento com quatorze funcionários da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de diversas partes do Estado entre os dias 22 e 26 de fevereiro de 2021. Os controladores vistoriaram propriedades rurais com confirmação ou suspeita de animais contaminados com a doença e também as que estão próximas com fins de educação sanitária, orientações sobre vacinação e sinais da doença. Também realizaram a revisão de abrigos cadastrados e identificaram os locais que possivelmente possam servir de abrigo para a espécie.
O responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros junto à Coordenadoria, o médico-veterinário Guilherme Shin Iwamoto Haga acompanhou as ações das equipes e participou de reunião para o estabelecimento de novas estratégias para o programa com o coordenador da Defesa Agropecuária, Luiz Henrique Barrochelo, que acompanhou o trabalho de capturas e cumpriu agenda na região.
Apesar de não ser obrigatória, a vacinação dos animais susceptíveis é recomendada quando observado sinais de agressão de morcegos nos herbívoros domésticos, de ocorrência da raiva na região ou propriedades vizinhas. “Quando observar sintomas sugestivos de raiva, como andar cambaleante, animal triste, salivação intensa, movimentos de pedalagem e morte, evitar entrar em contato com o animal, procurar ajuda profissional e notificar imediatamente a Defesa Agropecuária” disse Haga. Outra situação que deve ser notificada “é a observação de sinais de agressão feita pelos morcegos hematófagos para se alimentar, onde pode-se identificar através de sangue seco escorrido e escoriações, geralmente na tábua do pescoço, próximos à cauda e orelhas do animal” explicou o médico-veterinário.
A notificação de suspeita ou ocorrência de doenças em animais é responsabilidade de todo e qualquer cidadão e pode ser feita pela internet no SISBRAVET através do site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/www/sisbravet/
Visita ao Campus da Unimar
Luiz Henrique Barrochelo, coordenador da Defesa Agropecuária do estado de São Paulo visitou na manhã de quinta-feira, 26 a Universidade de Marília (Unimar) a convite do coordenador do curso de Medicina Veterinária, Fábio Manhoso, e revisitou o espaço de aprendizagem, conversou com os docentes e conheceu alguns acadêmicos.
Fábio Manhoso disse que a alegria de todo professor é ver o sucesso de seus alunos. “Ver o Luiz Henrique, por exemplo, tão bem colocado no mercado e falando de sua trajetória para os alunos, sendo inclusive um modelo de inspiração, é muito gratificante” e destacou que a “responsabilidade em defesa agropecuária é muito grande em termos de sanidade animal, com consequência para a saúde pública”, colocando à disposição a graduação e a pós-graduação para que a Faculdade possa contribuir dentro da Defesa Agropecuária.
Formado em 2002 pela Unimar, Barrochelo ressaltou a importância da Universidade e dos mestres que “nos ensinaram para conhecer todas as áreas de atuação e nos orientaram a fazer as melhores escolhas, o que nos levou a ter uma motivação maior para fazer sempre o melhor na vida profissional”. Barrochelo disse ainda que “trabalhar em defesa agropecuária é uma rotina complexa, mas é gratificante por ser uma das áreas mais importantes para a economia do Brasil”.
Por Paloma Minke
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo