O superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, participou, na segunda (22), do “Workshop Prospera Agro – Inteligência Estratégica no Agronegócio”, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Em sua apresentação, Bruno Lucchi citou os principais resultados econômicos do agro brasileiro. Segundo ele, o PIB do setor representa 26,6% do PIB Brasil e em 2020 cresceu 24,3%. No mesmo ano, o agro criou 61.637 novos postos de trabalho, o melhor resultado dos últimos anos. Com relação ao Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuário, a previsão para 2021 é de R$ 1,17 trilhão, aumento de 15,8% ante 2020.
Entretanto, Lucchi defendeu medidas que assegurem competitividade ao setor, como uma reforma tributária justa e que não implique aumento de imposto para o setor e a sociedade.
“O agro brasileiro se sustentou e continua resiliente mesmo durante a pandemia. Entretanto, com esses bons resultados, ao invés de receber apoio por meio de políticas públicas, o setor acaba sendo penalizado. Um exemplo são os debates sobre a reforma tributária, que parecem colocar o agro contra os outros setores da economia. Nós queremos competir com o agro de outros países. A reforma tem que ser justa e não aumentar a carga tributária do setor e da sociedade”, disse.
No encontro, o superintendente pontuou os desafios do agro brasileiro. Para ele, alguns gargalos precisam ser superados e os principais são: infraestrutura e logística; conectividade e tecnologia; insegurança jurídica; imagem do setor; crédito e gestão de riscos; fortalecimento da classe média rural; tributação; sustentabilidade; manutenção e ampliação do mercado externo.
Sobre a ampliação da classe média rural, Bruno Lucchi disse que são necessárias algumas ações como a profissionalização do produtor rural, a sucessão familiar, agregação de valor à produção, associativismo e cooperativismo. “A nossa preocupação é ampliar a classe média rural, trazendo os produtores da classe D e E para a classe C, principalmente da região Nordeste. Essa mudança é possível com Assistência Técnica e Gerencial (ATeG)”.
Em relação ao desafio do crédito e gestão de riscos, o superintendente técnico da CNA destacou as novas fontes de financiamento que estão surgindo, como os títulos verdes, que podem injetar R$ 700 bilhões na agricultura brasileira até 2030.
Lucchi defendeu, ainda, uma política de seguro rural forte e consolidada. “O seguro é uma ferramenta que minimiza os prejuízos e a descapitalização do produtor. Em 2020 tivemos um aumento dos recursos e acreditamos que nesse ano esse valor possa ser aumentado”.
A sustentabilidade e os desafios ambientais, como a regularização ambiental e fundiária, o licenciamento ambiental, o pagamento por serviços ambientais e as mudanças climáticas, também foram abordados durante a apresentação. O superintendente encerrou o debate dizendo que é preciso ampliar o diálogo neste momento crítico de pandemia para avançar na agenda de prioridades do agro.
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Zander Navarro, e o diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cleber Soares, também participaram do debate virtual.
Fonte: CNA