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Secretaria de Agricultura inicia pesquisas com pecuária de precisão na área de nutrição de gado de corte

Estudo é conduzido na APTA de Colina e trará informações em tempo real sobre necessidade de suplementação da dieta animal

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo iniciou projeto pesquisa na área de pecuária de precisão no Polo Regional de Colina, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). O objetivo é utilizar um equipamento, chamado NIRS (Near Infrared Spectroscopy), para avaliar em tempo real os nutrientes das pastagens para que o pecuarista consiga adequar a dieta dos animais com base em dados confiáveis e precisos. Confira podcast sobre o assunto no Spotify e Soundclound.

A pesquisa foi iniciada na unidade da APTA Regional em 2019, com a chegada do equipamento importado da Suíça pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa dos Institutos Estaduais de Pesquisa do Estado de São Paulo (PDIP).

“Foram investidos R$ 350 mil no equipamento, que foi comprado com recursos do PDIP aprovado pelo Instituto de Zootecnia, parceiro da APTA Regional. O NIRS é um equipamento de grande versatilidade que pode atender a demanda regional dentro do conceito de Pecuária de Precisão. É uma ferramenta que está sendo utilizada no desenvolvimento na área de bovino de corte melhorando produtos, processos e ações inovadoras”, afirma Regina Kitagawa Grizotto, pesquisadora da APTA Regional.

O projeto de pesquisa tem potencial de disponibilizar informações precisas para o produtor tomar a decisão sobre o início da suplementação da dieta dos animais e adequação dos nutrientes que precisam ser oferecidos para que eles ganhem mais peso. “Hoje, o pecuarista toma essa decisão a partir do que ele vê no seu pasto. Se o capim está seco, ele deduz que precisa começar a suplementação, se o capim está verde, espera. Com isso, o produtor pode estar gastando dinheiro à toa, porque ainda não é hora de iniciar uma nova dieta, já que o pasto tem os nutrientes necessários para o ganho de peso, ou perde dinheiro dando um suplemento em que faltam determinados nutrientes”, explica Regina.

O equipamento também pode auxiliar pesquisadores e pós-graduandos em seus projetos de pesquisa, já que gera as informações com rapidez e não necessita de reagentes e produtos para a realização do diagnóstico nutricional. “É um ganho para o setor produtivo e para a ciência de modo geral”, afirma a pesquisadora.

Para alcançar esses resultados, porém, será necessário percorrer um caminho de recolhimento e análise de diversas amostras de pastos em diferentes momentos do ano, como nas épocas da seca, intermediárias e das águas. “Precisamos abastecer o aparelho com dados para que ele aprenda a realizar essas análises em tempo real. Esse trabalho leva tempo, pois temos que aumentar nosso banco de dados e fazer a curva de calibração, mas estamos dando os primeiros passos”, comemora Regina.

Como funciona?

O NIRS é um aparelho com feixes de luz que ao ser utilizado em amostras de pastagens, por exemplo, reflete a radiação e gera gráficos e números instantaneamente. Regina explica, porém, que as amostras chegam “verde”, ou seja, recém colhidas apresentam variações que o aparelho não pode distinguir, por isso, na técnica usual, o preparo da amostra (secar e moer antes de analisar), demanda tempo que às vezes o pecuarista não tem.

“Na técnica usual, o tempo de preparo da amostra leva cerca de 72 horas até termos o resultado. Quando tivermos o banco de dados abastecido, não precisaremos moer e secar o que queremos analisar. O aparelho fará a análise com aquilo que veio do campo, dando o resultado imediatamente”, explica.

APTA Colina é referência em pesquisas com nutrição animal

O Polo Regional de Colina da APTA é reconhecido por suas pesquisas na área de nutrição animal. Um resultado marcante desses estudos foi o desenvolvimento do chamado Boi 7.7.7, que prevê a criação de um gado de 21 arrobas em até dois anos, quando normalmente leva-se até três anos para produzir um gado de 18 arrobas. A meta do sistema é que o animal alcance sete arrobas na desmama, sete na recria e outras sete na engorda, daí deriva o nome “Boi 7.7.7”. 

Os resultados são alcançados utilizando estratégia de nutrição animal, envolvendo alimentação por pastagem e suplementação. Com o método, o produtor pode aumentar em 30% seus lucros. O sistema é adotado nas principais regiões produtoras de gado de corte do Brasil, como São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rondônia.

Por Paloma Minke

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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