O frango abatido resfriado (base: produto comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) encerra fevereiro corrente registrando ganho próximo de 3% sobre o mês anterior e de cerca de 30% sobre fevereiro de 2020.
É, sem dúvida, um desempenho melhor que o de um ano atrás, quando a já chamada Covid-19 ainda não era considerada pandemia (o reconhecimento do estado pandêmico só ocorreria em 11 de março de 2021). Pois embora o mês fosse encerrado com preços mais de 10% superiores aos da abertura do período, não houve recuperação das fortes perdas enfrentadas no mês anterior.
De toda forma, o atual comportamento do mercado não deixa de ser preocupante. Porque, considerados os preços ponta a ponta, o ganho acaba ficando negativo, visto que os valores de fechamento são ligeiramente inferiores aos da abertura.
É verdade que isso ocorreu também em janeiro. Mas tal ocorrência é normal a cada novo início de ano, pois o período – passadas as Festas – é de acomodação e realinhamento de preços. Já em fevereiro o natural é a retomada, o que ainda não ocorreu de forma efetiva.
Mais preocupante, no entanto, é a visão proporcionada pelo gráfico abaixo. Pois em 2020, após relativo período de estabilidade em fevereiro e março, os preços do frango sofreram agudo retrocesso, só retomando o processo de recuperação no mês de junho.
Para aliviar tensões é bom rememorar que a partir de meados de março de 2020 a pandemia impôs rigoroso isolamento social que implicou na paralisação de inúmeras atividades econômicas. Até que houvesse adaptação ao “novo normal”, os preços do frango permaneceram em drástica redução.
Embora estejamos no período de Quaresma – ocasião em que a demanda de carnes diminui e seus preços refluem – é pouco provável que a mesma situação se repita em 2021. Deve, não há dúvida, ocorrer retração na demanda de carne bovina. Mas porque seus preços estão elevados para o padrão da maioria dos brasileiros. E, neste caso, é a carne de frango que ainda preenche a lacuna surgida – graças ao preço competitivo.
Mesmo assim, não se deve descuidar do acompanhamento da situação dos consumidores. Pois significativa parcela deles permanece na dependência de auxílio emergencial para sobreviver ao desatino econômico advindo da pandemia. Se o recurso demorar, os problemas tendem a aumentar.
Fonte: AviSite