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StoneX eleva previsão de déficit global de açúcar em 20/21 ao maior patamar desde 15/16

A StoneX elevou as projeções de déficit no mercado global de açúcar na atual temporada 2020/21 (outubro/setembro) para 3,3 milhões de toneladas (Imagem: Pixabay)

A consultoria StoneX elevou nesta segunda-feira as projeções de déficit no mercado global de açúcar na atual temporada 2020/21 (outubro a setembro) para 3,3 milhões de toneladas, volume que, se concretizado, atingirá o maior patamar desde 2015/16, em meio a perspectivas de menor potencial produtivo e demanda firme.

No levantamento anterior, divulgado em outubro, a StoneX previa um déficit mundial de 2,2 milhões de toneladas para o adoçante.

Para 2019/20, houve um ajuste na expectativa de déficit de 2,6 milhões de toneladas para 2,5 milhões.

“Consequentemente, os estoques finais de 2020/21 estão estimados em 74 milhões de toneladas, levando a relação estoque-uso para 39,6% – a menor desde a temporada 2016/17 e que se situa 2,1 pontos percentuais abaixo de 2019/20”, afirmou a consultoria em nota.

A perspectiva de menor potencial produtivo de açúcar em importantes players leva em conta, principalmente, os cenários na Tailândia, União Europeia e Rússia.

A produção total da commodity foi revisada pela consultoria para 183,6 milhões de toneladas, retração de 200 mil toneladas frente à publicação de outubro, mas que se posiciona 0,3% acima do registrado em 2019/20.

O consumo de açúcar, por sua vez, foi revisado para 186,9 milhões de toneladas, alta de 0,7% comparada à safra anterior e aumento de 900 mil toneladas ante a projeção anterior.

“As projeções sinalizam retomada da economia global, cenário que, caso confirmado, tende a conferir suporte à procura pela commodity – tal como evidenciado pela própria estrutura do mercado. No entanto, tal indicativo ainda dependerá da evolução da pandemia da Covid-19 ao longo do ano corrente”, avaliou.

A StoneX também destacou a firme demanda na Ásia, principalmente, no Paquistão, Indonésia e China.

No mercado chinês, espera-se que as importações totalizem 3,9 milhões de toneladas de açúcar na temporada atual, volume 140 mil toneladas acima do observado em 2019/20 (outubro a setembro), afirmou a consultoria com base em dados da Rede de Informações Agrícolas da China (Casde).

No ano passado, as exportações brasileiras de açúcar bateram recorde, na esteira das compras dos chineses. Os embarques totais do adoçante atingiram 31 milhões de toneladas, somando quase 9 bilhões de dólares, conforme dados do governo federal.

Brasil

A produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na próxima safra (2021/2022, de abril a março) deve somar 35,5 milhões de toneladas, ante 34,6 milhões vistos em outubro, mas queda de 7,3% em relação à temporada atual.

O mix de cana para fabricação do adoçante no maior polo produtor brasileiro deverá ficar em 45,2% em 2021/22, ante 44,5% na projeção anterior e 45,9% em 2020/21, segundo a StoneX.

Com isso, a produção de etanol de cana pelo Brasil deve atingir 26,6 bilhões de litros, ante 26,7 bilhões na última estimativa e representa baixa de 4,9% comparada à safra atual, acrescentou.

Além disso, a expectativa de moagem nas usinas brasileiras do centro-sul ficou inalterada em 590 milhões de toneladas, queda de 2,6% em relação ao ciclo atual.

“Para os próximos meses, é preciso lembrar que as perspectivas de chuvas são majoritariamente positivas. Caso os maiores volumes previstos sejam observados, espera-se que o potencial produtivo da cana não sofra impactos negativos tão expressivos, tal como inicialmente esperado pelo mercado”, afirmou.

Segundo a StoneX, o aumento da umidade até março deste ano será fundamental para os canaviais que enfrentaram forte período de seca durante a rebrota e desenvolvimento inicial em 2020.

Nayara Figueiredo

Fonte: Reuters

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