As importações de soja dos Estados Unidos pela China aumentaram 52,8% em 2020 em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta quarta-feira, embora o aumento da compra provavelmente tenha ficado aquém do que era necessário para cumprir o acordo comercial do ano passado entre os países.
O maior comprador mundial de soja no ano passado trouxe 25,89 milhões de toneladas da oleaginosa dos EUA, seu segundo maior fornecedor, atrás do Brasil, ante 16,94 milhões de toneladas em 2019.
Os compradores chineses aumentaram as compras de produtos agrícolas dos EUA para cumprir a promessa da China de adquirir 36,5 milhões de dólares em produtos agrícolas em 2020 no âmbito do acordo comercial de Fase 1 assinado com Washington em janeiro passado.
Esperava-se que as compras de soja representassem metade da meta monetária e as estimativas mostravam que a China precisava importar cerca de 40 milhões de toneladas para fechar o acordo.
Além da pressão para cumprir o acordo comercial, as importações de soja também aumentaram à medida que a China recompõe rapidamente seu rebanho suíno depois que ele foi dizimado pela mortal peste suína africana (PSA) nos últimos dois anos.
Os processadores chineses compram a oleaginosa para transformar em farelo e alimentar principalmente o gado, suínos, e também fabricar óleo de soja.
Em dezembro, as entradas da commodity dos EUA aumentaram para 5,84 milhões de toneladas, ante 3,09 milhões no mesmo mês do ano anterior, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas.
Os embarques do Brasil, maior fornecedor de soja da China, foram de 1,18 milhão de toneladas em dezembro, ante 4,83 milhões um ano antes, já que as vendas diminuíram no fim do ano após volumes abundantes adquiridos em meses anteriores.
Em 2020, os embarques brasileiros foram de 64,28 milhões de toneladas, um aumento de 11,46% em relação aos 57,67 milhões de toneladas de 2019 e quase dois terços do total das importações anuais.
As importações de soja da China em 2020 atingiram um recorde de 100,33 milhões de toneladas.
Espera-se que a China importe ainda mais soja neste ano com forte demanda e boas margens de esmagamento.
As processadoras de Rizhao, na província de Shandong, um importante centro de esmagamento de grãos, podem ganhar cerca de 237 iuans (36,64 dólares) com cada tonelada de grãos moída, cerca de duas vezes mais do que há um ano.
Por Dominique Patton e Hallie Gu
Fonte: Reuters