Olá amigo da seringueira!
Semana agitada na reta final para o fechamento da referência GEB 10.
Na semana a TSR20 se tem leve recuo enquanto dólar dispara.
A TSR 20 com leve correção fechou a semana a USD1,56 o kg do contrato front month em Singapura.
Já o dólar turbinado terminou o período cotado a R$5.42.
Esta combinação está levando a projeção da referência GEB 10 FEV MAR a R$9,18, leve queda de 2,5% frente aos atuais R$9,42 válidos agora para DEZ e JAN.
Esta semana a APABOR foi surpreendida com uma declaração do Governo Federal de que reduziria a taxa de importação dos Pneus de Carga (dos atuais 16% para 0%) com o objetivo de contribuir para a redução dos custos operacionais do transporte rodoviário de cargas no Brasil.
Nesta quinta-feira, em reunião do Comitê Executivo de Gestão (Gecex) – núcleo colegiado da Camex – foi aprovada a alteração da alíquota. (VEJA MAIS).
O anúncio, em tese, teria sido motivado pelo descontentamento da classe dos caminhoneiros com relação as medidas de apoio do governo ao setor. Contudo, nos cabe esclarecer, que tal medida não só não resolve o problema dos caminhoneiros, como de quebra, dá um “tiro no pé” da Cadeia Produtiva Brasileira da Borracha Natural com possíveis impactos em todos os elos, principalmente o mais vulnerável de todos: o Elo do Produtor Rural (seringueiros e seringalistas).
Destaque para as ações que a APABOR, APROB, COOPEBORES e HEVEACOOP colocaram em prática por meio da sua representação Federal, a ABRABOR, para tentar conter este erro, com reuniões em Brasília com todos os Ministérios pertinentes e apresentação de Ofícios a todos os mandatários de importância na matéria.
Vamos aos fatos: Porque a redução não resolve o problema dos caminhoneiros?
É patente que a situação difícil que vive o setor de transportes no país não será resolvida com redução da taxa de importação de pneus de carga. Isso porque, em tese, nem mesmo a alta dos preços dos pneus será aplacada com essa redução.
Para entender esta afirmação temos que ter claro qual a origem do atual processo inflacionário nos produtos pneumáticos. Esta, está relacionada a disrupções na produção de diversos insumos (dentre os mais de 200 tipos de insumos necessários para fabricação de pneus).
Estas disrupções, causadas pela pandemia, recentemente atingiram também a logística marítima triplicando os valores de frete em um cenário de total escassez de capacidade logística no transporte marítimo internacional.
Isto posto, temos de ressaltar que a importação de pneus hoje é uma estratégia fadada ao fracasso pois lhe faltam condições estruturais para ser uma alternativa eficiente.
O Brasil conta com uma indústria nacional muito bem estruturada e capaz de atender a demanda nacional e por isso concluímos: O País está apostando no cavalo errado quando busca estimular a importação para resolver a situação inflacionária do setor pneumático.
Diogo Esperante
Diretor Executivo da APABOR para o Jornal Campo Aberto
Ouça a coluna