A Marfrig espera que o consumo de carne bovina no Brasil no período de festas de fim de ano seja normal, apesar da alta dos preços do produto e dos impactos relacionados às medidas de isolamento para conter o coronavírus, disse o presidente da empresa, Miguel Gularte, na quarta-feira (16).
“Entendemos que vai haver um consumo normal, mas mais concentrado, no Natal e Ano Novo. O ano (de 2021) vai começar um pouco mais lento e a Marfrig vai direcionar produtos para exportação”, disse Gularte durante webcast promovido pelo jornal Valor Econômico.
Gularte disse que a Marfrig se preparou para um Natal e Ano Novo com redução no deslocamento e menor número de pessoas convivendo para celebrar as festas.
“O que estamos esperando é que tenhamos um Natal e um Ano Novo em que o consumo vai estar concentrado na segunda, terça e quarta (antes dos feriados) e um consumo que não vai ser menor, mas vai ser mais concentrado”, disse Gularte.
Ele disse que a Marfrig pretende encerrar o ano com estoque “muito baixo” no mercado interno, caso o consumo doméstico fique mais lento no início do ano quando as exportações também tendem a desacelerar.
O executivo disse que a China geralmente retoma o ritmo de importações de carnes a partir do fim de janeiro e que a Marfrig se preparou para este cenário.
Gularte disse que o ritmo de consumo do setor de food service no Brasil está praticamente normal, após período de redução na demanda por impacto do coronavírus.
O consumo no varejo, principalmente no fim do ano, ocorre em função do recebimento de salários e das parcelas do décimo terceiro.
“O consumo está muito focado na capacidade da população de ter solvência financeira pra consumir”, disse Gularte.
Questionado sobre se a alta nos preços da carne bovina está transformando o produto em um item de luxo, Gularte discordou. “A carne bovina segue um segmento em que a demanda supera a oferta… eu não vejo a carne se transformando num artigo de luxo.”
O executivo disse que a Marfrig espera que 2021 seja um ano desafiador, mas “muito bom”, em que a empresa pretende continuar melhorando suas operações e resultados. A Marfrig espera a habilitação de novas plantas para exportar para os Estados Unidos e capturar ganhos com os investimentos nos segmentos de produtos industrializados.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil