Os volumes de exportações e produção de carne de frango brasileira devem aumentar 1% em 2021, em relação a 2020, segundo estimativas do Rabobank divulgadas na quarta-feira (25).
“A Arábia Saudita, que tem elevado as importações nos últimos meses, deve manter os níveis de demanda no próximo ano, por conta de desafios adicionais com a gripe aviária e expectativa de maior consumo doméstico com a retomada das viagens de negócios e turismo”, disse o Rabobank em relatório.
O país do Golfo Pérsico, que historicamente era o principal comprador de carne de frango do Brasil, vem reduzindo as importações desde o ano passado com objetivo de atingir um nível de autossuficiência da produção de 80% até 2025, ante 60% atualmente.
Apesar disso, a Arábia Saudita tem elevado os volumes de importações de carne de frango desde julho, mesmo com aumento na produção local, segundo o Rabobank.
A China, atual principal destino da carne de frango brasileira, também deve continuar a comprar grandes volumes do produto no ano que vem apesar do investimento na expansão da produção.
“Mesmo com a projeção de aumento de 15% na produção chinesa de carne de frango este ano, após o incremento de 10% em 2019, os embarques para o país asiático se mantiveram crescentes. Isso mostra que o déficit de oferta de proteína animal para o consumidor interno, mesmo com o cenário da pandemia e isolamento social, ainda permanece”, disse o Rabobank.
A produção de proteína animal na China continua sendo impactada pela gripe aviária e peste suína africana (PSA), criando oportunidades para os países exportadores de carnes. O país asiático deverá elevar sua produção de carne de frango em cerca de 10% em 2021, segundo o banco.
“Vale lembrar que consideramos no nosso cenário-base uma reabilitação do rebanho suíno chinês em níveis um pouco abaixo pré-PSA, pois entendemos que uma parcela da população que hoje está migrando para o consumo de frango será permanente”, disse o banco.
No cenário doméstico brasileiro, os custos de produção deverão continuar a reduzir as margens do setor. Mas a carne de frango tem registrado valorização menor que as carnes bovina e suína, favorecendo seu consumo no Brasil, onde é a principal proteína animal consumida pela população.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil