A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou as notas das empresas brasileiras de carnes JBS e Minerva na semana passada, refletindo melhora na situação de crédito das companhias, e reafirmou a nota da Marfrig.
A agência de rating elevou a classificação da JBS para BB+, de BB, com perspectiva estável.
“A JBS S.A. continua a se desalavancar, dado que seu forte desempenho está impulsionando o EBITDA e o fluxo de caixa livre, apesar da volatilidade do setor”, disse a S&P em relatório divulgado na quinta-feira (15).
A S&P considera que a diversificação de negócios da JBS e operações de grande escala são suficientes para evitar impactos relacionados à desaceleração do setor, caso isto ocorra.
“Estimamos margens consolidadas entre 10% e 10,5% ao final de 2020, com recuperação gradual dos volumes de carnes e preços em mercados domésticos, enquanto as exportações beneficiam-se da forte demanda da China como resultado da peste suína africana”, disse a S&P.
A agência também elevou a nota de risco da Minerva na escala internacional para BB e na escala nacional para brAAA, com perspectiva estável.
Segundo a S&P, a Minerva registrou forte performance no primeiro semestre de 2020, com robustos preços e volumes de exportação que devem elevar seu Ebitda acima das expectativas para 2020.
A agência espera que a Minerva utilize fluxos de caixa para pagar dívida, melhorando sua estrutura de capital e reduzindo o impacto dos juros.
“Apesar de os pecuaristas no Brasil também terem desfrutado de significativo ganho de margem, com preços de gado mais de 30% acima da média de 2019, os lucros de exportação da Minerva devem continuar compensando o consumo mais fraco do setor de food service e a demanda um pouco mais fraca por carne no Brasil por causa dos constantes ajustes de preço”, disse a S&P em relatório divulgado na quinta-feira (15).
Para a Marfrig, a S&P reafirmou a mesma nota concedida anteriormente, de BB- em escala global e brAA+ em escala nacional, elevando a expectativa de estável para positiva.
A perspectiva positiva reflete que a empresa tem pelo menos uma em três chances de ter suas notas elevadas nos próximos 12 meses se sustentar geração de fluxo de caixa robusto e usá-lo para reduzir dívida e juros, segundo a S&P.
“Uma potencial elevação da Marfrig dependeria de um declínio sustentado na dívida nominal e na carga de juros, o que permitiria à empresa manter indicadores de crédito gerenciáveis em todas as condições do setor”, disse a S&P.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil