Demanda brasileira para combustíveis do Ciclo Otto foi estimada em 50,16 bilhões de litros em 2020; estoque final de anidro do Centro-Sul deve atingir menor nível desde 2011
Por Nicolle Monteiro de Castro*
Os estoques brasileiros de etanol anidro somaram 2,95 bilhões de litros no final de agosto, alta de 0,9% ou 158 milhões de litros no ano, segundo os últimos dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Embora o ligeiro aumento sugira um mercado equilibrado neste ano de drástica redução da demanda, as estimativas apontam para um cenário diferente.
A projeção da S&P Global Platts Analytics para o consumo brasileiro de combustíveis do Ciclo Otto é de 50,16 bilhões de litros em 2020, queda anual de 7%. Com isso, o Brasil precisará importar pelo menos 442 milhões de litros de etanol anidro dos Estados Unidos entre 1º de setembro e 31 de março de 2021.
Mesmo em um ano de pandemia, em que as medidas de isolamento social prejudicaram o consumo de combustível em todo o país, a demanda por gasolina – que tem mistura de 27% de etanol anidro – foi menos afetada do que o mercado de etanol hidratado.
Nos primeiros sete meses de 2020, as vendas brasileiras de gasolina totalizaram 19,43 bilhões de litros, queda de 10,5% no ano, enquanto a demanda de etanol hidratado diminuiu 17%.
Leia sobre a arbitragem de preços e os impactos deste cenário nos mercados do Centro-Sul e do Norte-Nordeste no texto completo (exclusivo para assinantes).
{viewonly=registered,special}Por Nicolle Monteiro de Castro*
Os estoques brasileiros de etanol anidro somaram 2,95 bilhões de litros no final de agosto, alta de 0,9% ou 158 milhões de litros no ano, segundo os últimos dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Embora o ligeiro aumento sugira um mercado equilibrado neste ano de drástica redução da demanda, as estimativas apontam para um cenário diferente.
A projeção da S&P Global Platts Analytics para o consumo brasileiro de combustíveis do Ciclo Otto é de 50,16 bilhões de litros em 2020, queda anual de 7%. Com isso, o Brasil precisará importar pelo menos 442 milhões de litros de etanol anidro dos Estados Unidos entre 1º de setembro e 31 de março de 2021.
Mesmo em um ano de pandemia, em que as medidas de isolamento social prejudicaram o consumo de combustível em todo o país, a demanda por gasolina – que tem mistura de 27% de etanol anidro – foi menos afetada do que o mercado de etanol hidratado.
Nos primeiros sete meses de 2020, as vendas brasileiras de gasolina totalizaram 19,43 bilhões de litros, queda de 10,5% no ano, enquanto a demanda de etanol hidratado diminuiu 17%.
Enquanto há superávit de etanol no Centro-Sul, a região Norte-Nordeste é conhecida pelo seu déficit estrutural, sendo historicamente suprida por importações dos EUA e transferências do Centro-Sul.
Em 2019, o NNE importou 1,02 bilhão de litros de anidro, porém a forte desvalorização do real frente ao dólar norte-americano encerrou a arbitragem de importação. Nos primeiros oito meses de 2020, as importações de NNE totalizaram 258 milhões de litros.
A S&P Global Platts avaliou o etanol anidro em Suape (PE) em R$ 2.540/m³ em 11 de setembro, com uma arbitragem fechada de R$ 270/m³ para importações dos EUA.
A segunda opção de abastecimento do NNE são as transferências do Centro-Sul, que é o fornecedor mais comum do biocombustível desde abril.
Após os envios do CS para o NNE entre 1º de setembro e 31 de março de 2021, que totalizarão um valor estimado em 652 milhões de litros, os estoques do NNE devem ficar em 87 milhões de litros, 16% abaixo do ano anterior, de acordo com a Platts Analytics.
Por sua vez, os estoques de etanol anidro do Centro-Sul devem encerrar a safra 2020/21 com 450 milhões de litros, o menor volume para este período desde 2011.
* Nicolle Monteiro de Castro é especialista sênior de preços da S&P Global Platts
Com tradução novaCana.com
Fonte: S&P Global Platts