A exemplo do ocorrido um ano atrás, o frango vivo comercializado no interior paulista entrou e saiu do mês de agosto sem sofrer qualquer alteração no preço básico. A única diferença em 2020 ocorreu no valor registrado – R$3,90/kg, resultado que representou valorização de 18,18% em relação ao oitavo mês de 2019.
Mas como esses R$3,90/kg vêm desde os últimos dez dias do mês de julho passado, a variação em relação ao mês anterior foi relativamente pequena, de 3,72%. O que não impediu que, em apenas um mês, o produto voltasse a alcançar novo recorde nominal de preço.
Isso, entretanto, não traz grande contribuição ao desempenho econômico do setor no corrente exercício. Porque o preço médio obtido no período, de cerca de R$3,35/kg, se encontra menos de 2,5% acima dos R$3,27/kg registrados entre janeiro e agosto de 2019, e apresenta um índice de evolução bem aquém do custo de produção – que, entre janeiro e julho (último dado da Embrapa Suínos e Aves) já havia aumentado perto de 18%.
Sob esse aspecto, o poder de compra do frango vivo sofreu fortíssima diluição, dado o excepcional aumento de suas duas matérias-primas básicas, milho e farelo de soja, que – comparativamente aos preços médios de um ano atrás – registraram em agosto de 2020 valorização superior a 50%.
Feitas as contas, o frango vivo fechou os primeiros dois terços do ano com um poder de compra quase um quarto menor que o de agosto de 2019. Ou, dito de outra forma, neste último agosto o produtor necessitou entre 30% e 33% mais frangos para adquirir a mesma quantidade de milho ou de farelo de soja de um ano atrás.