Adotando-se como referência, de um lado, as projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre a disponibilidade interna brasileira das carnes bovina, suína e de frango e supondo-se, de outro lado, que a população do País mantenha o mesmo índice de evolução registrado de 2019 para 2020 (0,77% ao ano), conclui-se que em 2021 a disponibilidade per capita de carnes irá superar pela primeira vez a marca dos 100 kg.
Pelas projeções do USDA, em 2019 a disponibilidade interna de carnes chegou aos 99,5 kg per capita. Assim, bastaria um aumento de apenas meio por cento para que, já neste exercício, se chegasse aos 100 kg.
Mas o órgão está prevendo que em 2020 a disponibilidade interna total irá recuar pouco mais de 1%, o que – em termos de disponibilidade per capita – significa queda próxima de 2% e um volume disponível da ordem de 97,6 kg per capita.
Não que haja queda de produção. O USDA projeta estabilidade na produção de carne bovina e aumentos de 3% e 1,4% para, respectivamente, as carnes suína e de frango.
A questão é que a exportação de carne bovina deve crescer perto de 7% e a de carne suína mais de 20%. Com isso, a disponibilidade interna das duas carnes recuará em nível que o aumento da carne de frango não conseguirá neutralizar.
As primeiras projeções do USDA para 2021sugerem que, mesmo prosseguindo os aumentos na exportação, a produção total atingirá nível que garante o aumento, também, na disponibilidade interna. Dessa forma, a disponibilidade interna per capita pode registrar incremento superior a 3%em relação a 2020, ficando próxima dos 101 kg.
O detalhe é que, mesmo assim, as carnes bovina e suína perdem participação em relação a 2019 – de 3,37% e de quase 1%, respectivamente. Ou seja: a disponibilidade per capita de carne de frango aumenta cerca de 3%, representando 48,5% do total disponível.
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