A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA), realizou, na quarta (5), dois painéis virtuais do projeto Campo Futuro para levantamento e análise dos custos de produção da pecuária de corte em Jataí (GO) e de café em Capelinha (MG). Os encontros online têm por objetivo seguir as recomendações de segurança para evitar o contágio do coronavírus.
No município goiano, o painel foi feito por CNA e Cepea, com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Jataí. Uma das constatações do levantamento preliminar foi de que um dos sistemas comuns da região é a cria de animais. A propriedade modal encontrada é de 800 hectares, com 70% da área produtiva recoberta por pastagens. A atividade na região ainda é tradicionalista, com pecuária extensiva e baixo nível de tecnologia, mas já há produtores investindo para mudar esta realidade.
“O que pudemos observar foi um sistema de cria com baixos índices de tecnologia na região há muitos anos. Mas produtores e técnicos relataram que já existem propriedades de cria que estão muito tecnificadas, trabalhando com cruzamento industrial e outros tipos de suplementação, que estão se desenvolvendo muito em relação a essa cria tradicionalista e extensiva, buscando resultados econômicos cada vez mais viáveis”, explica o assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Ricardo Nissen.
Giovanni Penazzi, analista de custos de produção do Cepea, revela que, pelas informações obtidas no painel, a receita obtida pelo pecuarista de Jataí consegue cobrir apenas os gastos de rotina, que compõem o Custo Operacional Efetivo (COE), mas é insuficiente para diluir os custos fixos, como depreciação de patrimônio e pró-labore, que fazem parte do Custo Operacional Total (COT).
Café – O painel com produtores de Capelinha (MG) avaliou a realidade da produção do café arábica. A propriedade modal utilizada para o levantamento dos custos de produção foi de 100 hectares, com produtividade de 33 sacas/ha. Segundo dados preliminares, a mão de obra foi item de maior peso nos custos, representando 30% do Custo Operacional Efetivo (COE), seguido por fertilizantes (11,2%), mecanização (9,3%) e defensivos (7,2%).
“Graças a um bom cenário de preços os dados apontam que o modal produtivo da região operou com margens positivas. Com os custos bem próximos aos obtidos no ano passado e preços médios em torno de R$ 557,00 a saca, os resultados financeiros da atividade indicam um momento de recuperação para o cafeicultor da região”, disse a assessora técnica da Comissão Nacional de Café da CNA, Raquel Miranda.
Participaram do painel no município mineiro representantes do Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), parceira da CNA nos levantamentos dos custos de café, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Capelinha.
Fonte: CNA