Com ajuda do Mato Grosso, oferta de soja e milho no Brasil dribla incertezas e ganha rendimento extra após revisões de fim do ciclo
Em sua revisão de julho, a StoneX elevou a produção de soja da safra 2019/20 para 122,6 milhões de toneladas, um aumento de 1,45% em relação ao número de junho. Mesmo com a colheita já finalizada, houve ajustes positivos de produtividade, com destaque para Mato Grosso e Paraná, onde a produção da oleaginosa atingiu níveis recordes.
“Mesmo no Rio Grande do Sul, que enfrentou uma grande quebra de safra, houve uma revisão positiva do rendimento, com um leve ajuste da produção”, afirma a analista de Inteligência de Mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.
Ressalta-se, que estados do MATOPIBA (região que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), também contribuíram para esse aumento da produção nacional, com revisões da produtividade.
Mesmo com essa produção maior, as exportações muito aquecidas têm trazido preocupações quanto à disponibilidade de soja no segundo semestre. “O balanço de oferta e demanda da oleaginosa deve terminar 2020 apertado, com estoques abaixo de 1 milhão de toneladas”, avalia Ana Luiza.
Além do aumento da produção, a StoneX ampliou sua estimativa de importação e cortou em 500 mil toneladas do consumo interno, que ficou em 46,5 milhões de toneladas. Diante dos recordes sucessivos de exportações nos últimos meses e dos line-ups de navios indicando saídas ainda grandes de soja, a expectativa de embarques em 2020 foi elevada para 80 milhões de toneladas.
MILHO
O milho também deve render mais do que o esperado anteriormente. Em sua revisão de julho, a StoneX trouxe um pequeno aumento da estimativa de produção da primeira safra do cereal, que avançou menos de 100 mil toneladas em relação ao divulgado em junho, ficando em 26,3 milhões de toneladas.
“Esse ajuste decorreu de um leve aumento da produtividade média em estados do Maranhão e do Tocantins, com este último registrando também um avanço marginal de área”, explica a Analista de Inteligência de Mercado, Ana Luiza Lodi.
A safrinha passou de 71,4 para 72,5 milhões de toneladas, um ajuste positivo de 1,55% frente à divulgação anterior. A revisão da produtividade foi o destaque desse aumento da produção, com a média nacional passando de 5,34 para 5,42 toneladas por hectare.
Entre os estados, Mato Grosso foi o que registrou o maior avanço da produção, para 34 milhões de toneladas, número que, se confirmado, será um recorde histórico.
Outros estados que também contribuíram para esta maior produção foram Tocantins e Paraná. Mesmo com esse ajuste positivo, a produção paranaense ainda vai ficar consideravelmente mais baixa em relação ao registrado no ciclo 2018/19.
Com as novas revisões, a produção total estimada para o ciclo 2019/20 voltou para acima de 100 milhões de toneladas. Este total considera, além dos números da StoneX para a primeira e segunda safras, a estimativa da Conab para a terceira safra, em 1,33 milhão de toneladas.
Os estoques finais da safra 2019/20 de milho foram estimados pelo grupo em 10,15 milhões de toneladas. Além do aumento da produção total para 100,12 milhões de toneladas, houve um corte na estimativa de exportações, para 33,5 milhões de toneladas.
“Apesar de os embarques do cereal ganharem força somente no segundo semestre do ano, a competição com outros players exportadores deve ser acirrada nos próximos meses, destacando que os EUA podem colher uma safra recorde”, pondera Ana Luiza.
Com isso, as exportações devem ficar mais distantes do recorde alcançado no ciclo 2018/19.
Fonte: StoneX Group