De acordo com o CTC, variedades geneticamente modificadas têm eficácia comprovada no controle da broca, reduzindo gastos
A produtividade é uma questão chave para todos os produtores de cana-de-açúcar. Ter o retorno do investimento feito no plantio é essencial e, quanto mais rendimento, melhor. Desta forma, a relação entre uma maior produtividade e menores gastos interessa, e muito, ao setor sucroenergético.
Na mais recente análise de custos de produção de cana realizada pelo Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege), referente aos meses de abril a dezembro da safra 2019/20, constatou-se que o produtor do Centro-Sul gastou, em média, R$ 102,16 por tonelada de cana, o que equivale a R$ 7.870,20 por hectare plantado.
Na comparação com a safra anterior, este valor caiu mais de 5% e o principal motivo dado pelos pesquisadores do Pecege foi o aumento na produtividade, afinal, isto gera uma redução no custo unitário.
Mas como aumentar a produtividade do canavial e, consequentemente, reduzir custos, especialmente quando as plantações dependem de fatores externos como o clima? Além de técnicas de manejo e controle do campo, estudiosos como os do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) apontam que a escolha das variedades tem grande influência neste ganho – e há muitas opções disponíveis.
Dentre as variedades mais plantadas na safra 2019/20 – ou seja, que estão sendo colhidas a partir da atual –, as maiores concentrações são da Ridesa (RB) e do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), com 49,7% e 35,5% respectivamente.
No catálogo do CTC estão a CTC20 BT e a CTC9001 BT, as primeiras variedades de cana-de-açúcar geneticamente modificadas lançadas comercialmente no país. Ainda pouco representativas, a primeira teve 1,4% de participação na intenção de plantio da região de Assis, em São Paulo, e a segunda não apareceu no levantamento do IAC.
De acordo com o CTC, atualmente, as duas variedades estão presentes em 20 mil hectares do país, espalhadas nas áreas de 170 produtores, que representam 70% da moagem do Centro-Sul em 2019/20. Ambas estão presentes no Centro-Sul e a CTC9001 BT também está no Norte-Nordeste.
As duas opções são modificações das variedades convencionais que não levam BT no nome. O diferencial delas é a presença da bactéria Bacillus thuringiensis, cuja proteína inseticida ajuda no controle de uma das maiores pragas dos canaviais: a broca.
De maneira simples, apenas a escolha da variedade adequada pode reduzir os custos no controle de pragas como a broca. Antes desta possibilidade, os gastos com manejo estavam aumentando exponencialmente devido a peculiaridades dos canaviais, que vêm crescendo em área ao longo dos anos e estão com períodos de moagem cada vez mais extensos.
Confira, na versão completa (restrita para assinantes), mais detalhes sobre como a biotecnologia pode auxiliar no controle de pragas como a broca, e quais os reflexos deste investimento nos custos com a produção de cana-de-açúcar.
Fonte: novaCana.com