Se não há muito o que esperar da última semana do mês, no momento essa expectativa se estende também ao início de novo mês. Pelo menos para o frango vivo que – tanto em São Paulo como em Minas Gerais – completa nesta semana 30 dias de cotação inalterada em R$2,90/kg, mas sem alcançar plenamente esse valor visto que muitos negócios continuam sendo realizados com descontos.
Interessante notar que, um ano atrás, a ave viva experimentou a mesma estabilidade de preço. Mas em situação totalmente oposta à atual. Pois então, cotado no mercado paulista a R$3,60/kg durante todo o mês (valor que vigorou de meados de abril ao primeiro decêndio de junho), o produto registrou em maio, nominalmente, a melhor cotação não só do ano, mas de todos os tempos.
Hoje, cotado por um valor quase 20% inferior, o frango vivo também tende a percorrer os 31 dias de maio (25 dias de negócios) com a mesma cotação vinda do mês anterior. Mas agora em mercado absolutamente fraco. Porque, frente à retração na demanda do abatido, o segmento não apenas deixa de ter os compradores habituais, mas também é utilizado como válvula de escape para manutenção do mercado de aves abatidas.
Já que se falou em aves abatidas: o primeiro sinal de reativação do mercado ocorreu no último dia de negócios da semana passada (30). Não se sabe se por conta do “feriadão” ou pela chegada do novo mês – que, em circunstâncias normais, corresponde, comercialmente, ao segundo melhor momento do ano, atrás apenas do Natal, devido à comemoração do Dia das Mães.
Mas, com a pandemia de Covid-19 e o convívio social restrito na maior parte do País, fica difícil contar com um grande consumo ou suficiente reversão do mercado. Pois, para alcançar o valor médio de um ano atrás o frango abatido (base: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) terá que obter preços um quarto maiores que os alcançados em abril passado.
Registre-se, neste caso, que mesmo isso ocorrendo apenas o preço recebido teria variação “zero”. Porque o resultado econômico continuaria sendo negativo, já que os custos atuais se encontram cerca de 15% acima dos registrados em maio de 2019.
Fonte: AviSite