Um estudo divulgado pelo Rabobank nesta segunda (20) sobre os impactos da atual crise mundial para o setor sucroenergético elenca algumas respostas positivas, tanto por parte do governo quanto das empresas, que poderiam auxiliar as sucroenergéticas.
Ao destacar o cenário de prejuízo setorial para o etanol, com o crash do petróleo – e gasolina mais barata – e o distanciamento social no Brasil, o banco aponta que “a demanda desapareceu da noite para o dia, exatamente quando a produção estava aumentando”.
A partir deste quadro, a equipe do Rabobank – um dos principais credores do setor sucroenergético brasileiro – analisou as propostas que estão sendo discutidas.
Em relação às indústrias, no curto prazo, o banco destaca aquelas que possuem liquidez e podem armazenar o etanol, à espera de algum retorno futuro. Ainda assim, reforça que a União das Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) pediu ajuda oficial para ajudar algumas empresas carregarem estoque.
Outra opção das usinas seria “maximizar a proporção de cana moída para produzir açúcar, que continua a oferecer margens melhores que o etanol”. O etanol perdeu 40% de valor ante o mês passado, de acordo com o trabalho assinado pelo head do departamento, Andy Duff.
O açúcar, porém, também derrete. Na segunda, os contratos com vencimento em maio tiveram queda de 3,18% na ICE, sendo negociados a 10,04 centavos de dólar por libra-peso, outra mínima do ano.
Além disso, entre as solicitações do setor para o governo, a suspensão do PIS/Cofins seria a medida mais efetiva, segundo o relatório do Rabobank. “Ela representa uma redução direta de custo para as usinas”, afirma o relatório. O aumento da Cide, por sua vez, “arriscaria ser ineficaz porque é uma medida indireta e pode não afetar significativamente os preços ou volumes de vendas”.
O banco também considera que um programa de financiamento de ações seria uma boa ideia, contudo, isso pode ser complexo e demorado. “Os mercados de biocombustíveis do Brasil caíram. O que acontece agora?”, indaga.
Em relação ao etanol de milho, a opção seria o desvio do milho comprado para o biocombustível para o mercado interno de grãos, onde está mais valorizado.
Fonte: Money Times