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Planejamento e coordenação são estratégias da Cooperiopreto para enfrentar a crise

A organização e o planejamento de ações entre produtores rurais da Cooperativa dos Produtores Rurais de São José do Rio Preto (Cooperiopreto), a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, via Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), fizeram com que os 106 cooperados não tivessem perdas na produção e pudessem contar, ainda, com um aumento na demanda por produtos.

Com a portaria do governo federal para que os recursos do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) pudessem ser transformados em cestas de alimentação, muitos municípios começaram a se organizar para a entrega dos kits às famílias das crianças das escolas públicas que fazem jus à merenda escolar.

João Romeiro, presidente da Cooperiopreto, afirma que ter uma Prefeitura Municipal voltada às questões da agricultura familiar ajuda muito, já que praticamente a totalidade da produção segue para os programas de aquisição de alimentos da Prefeitura de São José do Rio Preto.  Romeiro conta que foi imprescindível ter esse canal: “A demanda dos produtos inclusive aumentou nas primeiras semanas; passamos de 15 mil cestas semanais para cerca de 20 mil”. A Cooperiopreto conta com 106 cooperados, sendo 100% da agricultura familiar; 90% do quadro é formado por produtores rurais de São José do Rio Preto e 10% dos municípios vizinhos Nova Granada e Nova Aliança.

Outro fator fundamental para que a Cooperiopreto tivesse protagonismo neste momento foi o recurso do Governo do Estado, que há três anos permitiu o aumento da infraestrutura da Cooperativa, a qual pôde construir um galpão, fazer a aquisição de dois caminhões ‒ que melhoraram muito a difícil logística de atender a um município de grandes dimensões‒ a compra de equipamentos e, também, a construção de mais uma câmara fria. “Antes, havia apenas uma pequena cozinha e uma câmara fria de proporções bem menores. A Secretaria de Agricultura e a CDRS Regional Rio Preto, com seu quadro de técnicos extensionistas, foram fundamentais para que hoje pudéssemos atender a essa demanda”, frisa Romeiro. “Nós não sentimos, até o momento, o efeito da pandemia do Covid-19 no escoamento da nossa produção. Pelo contrário, o volume de produtos entregues aumentou, como, por exemplo, as alfaces hidropônicas que são produzidas rapidamente, em cerca de 20 a 25 dias. Quanto ao restante, antecipamos a colheita de alguns gêneros que já tínhamos planejado, como mandioca, abóbora, pepino e mais outros itens (são 13 no total) para atender à demanda, em especial da merenda escolar, mas seguimos um planejamento prévio, apenas nos readequamos”, conta Romeiro, que é produtor de mandioca.

Romeiro também explicou que se antes o planejamento era de 30g de um determinado legume por criança/dia, agora, para atender à família, as cestas contam com pacotes semanais que vão de 300g a 500g do mesmo legume. “Como o cálculo é maior, também tem sido maior a demanda”, explica o presidente. “Porém estamos vivendo o dia a dia, felizmente tivemos condições de nos organizar e rapidamente atender à nova demanda que atende também outros públicos além da merenda escolar, incluindo famílias em vulnerabilidade. Não posso precisar se ao final será confirmado um aumento na renda, pode ser uma demanda maior temporária, tipo um adiantamento quanto ao que já havia sido contratado. Tudo é muito incerto em relação às ações, à pandemia em si, e agradecemos o fato de não termos sofrido nenhum prejuízo até o momento, como outros produtores que perderam suas produções e a renda”, explicou Romeiro.

Outro fator importante destacado pelo presidente da Cooperiopreto foi o apoio recebido ao longo do tempo pela CDRS Regional São José do Rio Preto, que proveu com capacitações e assistência técnica voltadas aos produtores familiares que fazem parte da Cooperativa. “Acompanhamos as ações desde o início das discussões que resultaram na aprovação do projeto que foi apresentado ao Microbacias II, na época, e que destinou o recurso de R$ 800 mil para que a Cooperiopreto pudesse ter a infraestrutura necessária a esse atendimento. Foram várias ações coordenadas que mostram que planejamento e gestão devem estar presentes na vida de grandes ou pequenos produtores, pois unidos em uma organização conseguem grandes conquistas, as quais beneficiam cada um e a todos”, argumenta Andrey Vetorelli, diretor substituto da CDRS Regional São José do Rio Preto, lembrando que houve oferta de capacitações em várias áreas, mas principalmente relativas à cadeia da olericultura na região.

Por: Paloma Minke

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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