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Entidades do agronegócio defendem permanência de Tereza Cristina no governo

Nesta sexta, ala do partido de Tereza Cristina defendeu que ministra deixe o cargo após demissão de Moro

Uma eventual saída da ministra Tereza Cristina do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode prejudicar um setor que tem sido responsável por bom desempenho no PIB do país, ainda mais em um momento em que precisará se recuperar economicamente devido à pandemia do novo coronavírus.

A avaliação é de entidades ligadas ao agronegócio, que afirmam também que a ministra tem executado bem o papel de interlocutora entre o agronegócio e o governo federal e que ideologias e interesses particulares não podem se sobrepor ao bem comum.

Depois da demissão do ministro Sergio Moro (Justiça) nesta sexta-feira (24), cresceu dentro do DEM uma ala que defende a saída da ministra do governo de Jair Bolsonaro.

Tereza Cristina também tem sido alvo de ataques por parte de bolsonaristas por ser do partido de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, a quem Bolsonaro definiu como adversário.

A avaliação de integrantes da cúpula do partido é que Tereza Cristina é uma das estrelas do governo e deve deixar a Esplanada antes para que não seja atrelada a notícias negativas em torno de Bolsonaro, como as acusações que Moro fez nesta sexta (24) de que o presidente teria a objetivo de interferir no trabalho da Polícia Federal.

A Folha ouviu seis lideranças do agronegócio, que apontaram que o momento não é adequado para mudanças no comando da Agricultura, principalmente pelo fato de o setor poder evitar uma queda ainda maior no Produto Interno Bruto (PIB) previsto para este ano, devido à estagnação econômica provocada pelo coronavírus.

Para a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini, a ministra é uma pessoa “pragmática e extremamente eficaz”, sendo a principal interlocutora para o agronegócio nacional.

“Ela trouxe grandes vitórias para o agro e para o Brasil nesse curto espaço de tempo em que está no ministério. Tem capacidade de interlocução, de escutar todos os lados, e não é de brigar”, disse.

Conforme a presidente, Tereza Cristina tem o apoio não só dela, mas dos membros em peso da SRB. “Somos não só defensores da nossa ministra como extremamente agradecidos pelo trabalho que ela tem feito no agronegócio. O agro está cumprindo o papel dele, passando esse momento difícil com a população e conseguindo exportar”, disse.

Ex-secretária da Agricultura de São Paulo, Mônika Bergamaschi, é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto (Abag-RP). Ela afirmou que o país passa por um dos períodos mais delicados de sua história, envolvendo a pandemia de Covid-19 de um lado e, de outro, ideologias e interesses particulares.

“De um lado a pandemia, que ceifará a vida de milhares de pessoas e retardará a tão esperada retomada do crescimento. De outro, as ideologias, políticas ou não, e os interesses particulares que se sobrepõem ao bem comum. A ministra Tereza Cristina tem sido incansável e extremamente competente no comando das ações de sua pasta, interna e externamente, sempre focada na defesa dos interesses do país. É a pessoa certa, no lugar certo”, afirmou.

De acordo com ela, quem quer a ministra fora da Agricultura, independentemente do motivo, “estará a serviço de algo que não o Brasil e os brasileiros”.

Outra entidade que tem defendido a ministra é a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), que reúne 60 mil fornecedores de cana e diz que a ministra se destaca por defender o etanol e o açúcar e por ter conhecido o funcionamento do setor em todo o Nordeste do país.

Para o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Tereza Cristina tem cuidado com o mesmo vigor dos dois temas que lhe cabem no ministério, que são a produção agropecuária e o abastecimento, e tem lutado para abrir mercados para o agro brasileiro.

“Tem o reconhecimento, a admiração e o respeito do importante segmento que lidera. Esperamos que ela continue ajudando os produtores brasileiros e os consumidores daqui e de fora por muitos anos à frente do ministério”, disse.

Marcelo Toledo

Fonte: novaCana.com

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