O único fato positivo em relação ao frango abatido na semana que passou – 4ª de abril, 17ª de 2020 – foi a estabilização dos preços no meio do período, o que deixa a impressão de que – após sucessivas e agudas quedas no decorrer do mês – se atingiu o fundo do poço. A comprovar.
A realidade, porém, é que os preços alcançados pelo frango abatido (base: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) continuam aquém dos registrados, há um ano, pelo frango vivo (base: ave viva comercializada no interior paulista). Ou seja: considerados os negócios do final desta última semana, os preços obtidos ficaram 5,5% aquém do valor nominal alcançado pelo frango vivo um ano atrás. Já em relação ao abatido resfriado de 24 de abril de 2019 a redução não está muito distante dos 25%.
À primeira vista, a situação do frango vivo é menos ruim, porquanto o recuo enfrentado em um ano não chega a 20%. Mas é só aparência, visto que a cotação ora registrada permanece como mero referencial, não refletindo, de um lado, os valores efetivamente recebidos pelos produtores e, de outro lado, a semiestagnação do mercado, sem compradores suficientes para absorver a oferta atual.
Desta vez, a chegada (próxima) de um novo mês, o período de pagamento de salários e, principalmente, as comemorações do Dia das Mães dentro de duas semanas não oferecem maiores expectativas de modificação dos dois mercados. Vai ser preciso aguardar, portanto, a redução da oferta, prevista pelo AviSite para meados do mês vindouro (vide, a propósito, Tendências da oferta de frango vivo em maio próximo), para que comece a reversão de que o setor tanto precisa.
Fonte: AviSite