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Cofco diz que logística no Brasil preocupa diante de medidas contra coronavírus

A chinesa Cofco sofreu efeitos de medidas para conter o coronavírus no Brasil na sua unidade de biodiesel em Mato Grosso e avalia que a logística para o escoamento de produtos agrícolas é a questão de maior preocupação, afirmou nesta terça-feira o diretor jurídico da companhia no Brasil, Eduardo Andretto.

A planta citada está localizada em Rondonópolis (MT), onde a prefeitura decretou a paralisação de todas as atividades industriais na semana passada, com o objetivo de combater a doença.

Outra questão decorrente dos efeitos do coronavírus no Brasil que afetou a companhia é a notificação de redução na demanda por distribuidores de combustíveis, com a justificativa de força maior, afirmou. “Já fomos notificados por duas distribuidoras de combustíveis”, disse Andretto.

No mercado de etanol, a Raízen, joint venture da Shell e Cosan, declarou força maior. Já a BR Distribuidora, a maior do setor, disse que identificou a necessidade de flexibilizar volumes, em meio à queda da demanda.

Escoamento

A Reuters havia reportado na semana passada que o decreto poderia afetar atividades de companhias que atuam no importante polo do agronegócio, como Cofco e Bunge.

“Uma decisão municipal tentou paralisar atividades de produção de biodiesel da Cofco e conseguimos dar continuidade por meio de uma liminar judicial”, afirmou o executivo durante participação em uma webinar.

“No entanto, a questão de maior preocupação relacionada a coronavírus é a logística, custos com demurrage subiram no porto de Santos, por exemplo”, acrescentou o executivo, em referência as taxas pagas por navios que ficam mais tempo do que o programado.

Nesta terça-feira, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) afirmou que a diminuição de caminhoneiros nas estradas, devido a dificuldades logísticas deflagradas pelas medidas para combater o coronavírus, tem sido um problema para o escoamento da safra, em processo de colheita no principal Estado produtor do país.

Outros setores do agronegócio, incluindo a indústria de soja, têm feito reclamações na mesma linha, apesar de atividades agrícolas e de transporte de safras terem sido consideradas essenciais pelo governo federal, com o objetivo de afastar barreiras municipais e estaduais que acabam sendo um problema para a estrutura de escoamento.

Andretto comentou sobre a tentativa, sem sucesso, dos estivadores do porto de Santos de paralisar as atividades portuárias com o intuito de prevenir a disseminação do vírus. “O Ministério da Infraestrutura teve uma atuação importante para manter a logística de escoamento nos portos”, avaliou.

Por Nayara Figueiredo

Fonte: novaCana.com

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