A BRF S.A. vai doar R$ 50 milhões para o combate ao coronavírus covid-19 e manterá todos os postos de trabalho nos próximos dois meses, considerados os mais críticos de enfrentamento da pandemia (abril e maio), disse a empresa na quarta-feira (01).
A companhia também está contratando mais de 2 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, para manter a produção e substituir funcionários do grupo de risco, que foram orientados a permanecer em casa.
Trabalhadores da empresa também receberão um crédito semanal adicional para retirada de alimentos nas lojas da BRF ou em vale-alimentação.
As ações são válidas para as unidades no Brasil e em outros países onde a BRF atua, como Turquia e Emirados Árabes Unidos.
“O que a gente quer com essas medidas que estamos anunciando é trazer mais tranquilidade para todos”, disse o presidente da empresa, Lorival Luz, em coletiva de imprensa.
A doação de R$ 50 milhões será direcionada para o fornecimento de alimentos, insumos médicos para unidades de saúde, apoio a fundos de pesquisa e desenvolvimento social. O valor será liberado gradualmente à medida que a BRF for identificando as necessidades nas regiões onde atua.
No Brasil, serão contemplados cerca de 60 hospitais em 50 cidades de nove estados. A empresa estima que nas instituições hospitalares, incluindo hospitais de campanha, as doações deverão favorecer mais de 15 mil pessoas por dia com distribuição de 2,5 milhões de refeições pelos próximos três meses.
Luz disse que a BRF também está adquirindo 20 mil testes do covid-19 para distribuição a hospitais.
Produção continua normal
O executivo reafirmou que a empresa não teve impactos significativos na produção relacionados à pandemia do covid-19.
“Hoje, até o momento, nós continuamos produzindo normalmente, não temos nenhum impacto significativo na produção”, disse Luz.
A BRF tem adotado medidas de prevenção em linha com as estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combate ao covid-19 em suas unidades, incluindo o distanciamento social mínimo de um metro entre funcionários na linha de produção, entre outras precauções de higiene.
Vendas para a China também continuam em ritmo normal, sem alterações relacionadas às medidas de contenção do vírus que afetaram o comércio de outras processadoras de carnes brasileiras em janeiro e fevereiro no país asiático.
A redução da demanda pelo segmento de food service também não trouxe perdas para a empresa, segundo Luz. Esse segmento representa 10% das vendas globais da companhia e 5% das vendas no Brasil. A BRF está readequando a distribuição de produtos entre os canais de venda, conforme os sinais de demanda.
“No agregado, não houve até o momento uma queda no volume de vendas porque as pessoas que comiam no restaurante e comiam fora passam a comer em casa. Existe uma migração de canal”, disse Luz.
O executivo acrescentou que a BRF tem estoques suficientes de milho, usados na ração de aves e suínos, para passar por essa fase mais crítica da pandemia.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil