SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de milho do Brasil, segundo exportador global do cereal, deverá renovar uma máxima histórica em agosto, de acordo com dados do governo divulgados nesta segunda-feira, que apontam que os embarques até a penúltima semana do mês já se aproximaram da máxima histórica registrada em julho.
Até o dia 23 de agosto, o país havia embarcado 6,288 milhões de toneladas, ante recorde histórico de 6,317 milhões de toneladas contabilizados em julho pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os embarques diários de milho do Brasil tem sido, em média, de quase 370 mil toneladas em agosto, segundo dados da Secex desta segunda-feira.
As exportações de milho do país neste ano estão volumosas após o país colher uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas em 2019.
Além disso, o dólar forte frente ao real tem favorecido os negócios, tornando o milho brasileiro competitivo no mercado internacional.
Outro fator que ajuda nas vendas foi a quebra de safra dos EUA, os maiores produtores e exportadores globais do cereal.
Há consultorias que estimam embarques históricos neste ano. A Datagro, por exemplo, vê 40 milhões de toneladas em 2019, ante cerca de 25 milhões em 2018.
Para as exportações de milho atingirem 40 milhões de toneladas em 2019, os embarques entre agosto e dezembro teriam que atingir uma média de 5 milhões de toneladas, já que segundo os dados do governo os embarques no acumulado de janeiro a julho somaram 15,6 milhões de toneladas.
SOJA
Já os embarques de soja do país, maior exportador global da oleaginosa, somaram cerca de 4 milhões de toneladas até a penúltima semana de agosto, ante 7,8 milhões de toneladas em julho, com exportadores brasileiros lidando com uma safra menor, atingida pela seca.
No acumulado do ano até julho, as exportações brasileiras de soja somaram 52,3 milhões de toneladas, de acordo com números do governo, ante 56,5 milhões de toneladas em igual período do ano passado.
Com a safra menor, o Brasil teria disponível apenas mais 15 milhões de toneladas para atender os mercados interno e externo até a próxima colheita, no início de janeiro, na avaliação T&F Agroeconômica.
Ainda que a China não esteja com o mesmo apetite de 2018 por conta da peste suína africana, o maior importador global tem feito negócios recentemente, em meio ao acirramento da guerra comercial com os norte-americanos.
Na última semana, a T&F contabilizou negócios de 800 mil toneladas de soja brasileira.
(Por Roberto Samora)
Fonte: Reuters