SÃO PAULO (Reuters) – A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do país, afirmou nesta quarta-feira que já travou preços de algodão e soja para mais de 90% de sua produção de 2018/19, com valores acima do mercado.
“Em termos de preços de venda, nossa consolidada política de hedge também se apresenta como uma fortaleza em um cenário mais desafiante”, disse a companhia, ao reportar resultados trimestrais.
A empresa disse ter travado valores de algodão para o ano com preço médio de 79,5 centavos de dólar por libra-peso, “patamar bastante superior ao mercado spot internacional no momento, e que inclui também os prêmios capturados pela venda direta de aproximadamente 1/3 da produção”.
“Na soja, também já superarmos a marca de 90% da produção vendida para 2019, a 10,15 dólares por bushel (base porto), um nível de preços também superior ao que o mercado oferece atualmente.”
Sobre o milho, a companhia já vendeu 80%, com preço médio de 23,40 reais a saca, 16,9% superior ao valor de 2018.
A companhia registrou lucro líquido de 212 milhões de reais no segundo trimestre, aumento de 26% na comparação anual, com margem de 51,3%, crescimento de 15,1 pontos percentuais, uma vez que a apropriação dos ativos biológicos compensou o menor volume faturado de soja no período.
No semestre, a companhia reportou recordes: faturamento líquido de 1,03 bilhão de reais, no volume faturado (770,9 mil toneladas) e no Ebitda ajustado de 329,3 milhões de reais, que registrou alta de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“A expansão do Ebitda reflete o aumento de volumes faturados em todas as culturas, com expansão de margens no algodão e no milho, apesar de leve redução de margens no caso da soja.”
A dívida líquida da companhia, porém, encerrou o primeiro semestre em 1,6 bilhão de reais, versus 943 milhões no final do ano passado, aumento em função da geração de caixa livre negativa acumulada no ano de 403 milhões de reais.
“A geração de caixa livre foi impactada principalmente pelo aumento na necessidade de capital de giro no semestre, intensificado pelo aumento de área plantada, especialmente na cultura do algodão.”
Marfrig reverte prejuízo e tem lucro no 2º tri, mantém previsões para o ano
SÃO PAULO (Reuters) – A Marfrig reverteu no segundo trimestre prejuízo de quase 600 milhões de reais sofrido um ano antes, obtendo um terceiro lucro trimestral consecutivo apoiada em melhor desempenho operacional, apesar de interrupção de 10 dias em exportações do Brasil para a China no período.
A companhia, maior produtora de hambúrgueres do mundo, teve lucro líquido de 86,5 milhões de reais no segundo trimestre, ante média de previsões de analistas de 134,8 milhões de reais segundo dados da Refinitiv.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 1,11 bilhão de reais, alta de cerca de 13 por cento no comparativo anual. Analistas, em média, esperavam 1,04 bilhão de reais para esta linha.
“Os resultados acumulados no primeiro semestre de 2019 e a tendência positiva esperada para o próximo semestre nos fazem reiterar o guidance divulgado no primeiro trimestre”, afirmou a Marfrig no balanço.
A empresa espera ter este ano receita líquida entre 47 bilhões a 49 bilhões de reais. No segundo trimestre, o faturamento somou 12,2 bilhões de reais, alta de quase 10 por cento sobre um ano antes.
A empresa terminou o primeiro semestre com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,65 vezes, redução de 0,11 vez sobre os três primeiros meses do ano.
JBS tem lucro de R$ 2,18 bi no 2º trimestre
SÃO PAULO (Reuters) – A JBS informou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 2,18 bilhões de reais no segundo trimestre, superando as expectativas dos analistas, já que um surto de febre suína africana na China impulsionou as exportações.
O lucro da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 5,099 bilhões de reais, um recorde e acima das expectativas dos analistas de 4,535 bilhões de reais, segundo dados da Refinitiv.
A receita líquida avançou 12,5%, para 50,8 bilhões de reais.
O resultado saiu no mesmo dia em que a rival Marfrig, maior produtora de hambúrgueres do mundo, divulgou resultado que mostrou reversão de prejuízo de um ano antes e crescimento de 13% no Ebitda, a 1,11 bilhão de reais.
“O surto de febre suína africana em muitos países contribuiu para um aumento das exportações e representa uma oportunidade de crescimento de nossos negócios”, afirmou a JBS no balanço.
No Brasil, as vendas da divisão de alimentos processados Seara subiram 24,3%, para 5,08 bilhões de reais.
Na América do Norte e Austrália, duas importantes bases de operação para o grupo, os negócios com carne bovina mantiveram performance forte, impulsionados pela demanda local e maiores volumes de exportação, afirmou a companhia.
Biosev (Louis Dreyfus) reduz prejuízo trimestral com ajuda de câmbio e redução de custos
SÃO PAULO (Reuters) – A Biosev, produtora de açúcar e etanol controlada pela empresa de commodities Louis Dreyfus, reportou nesta quarta-feira um prejuízo trimestral de 169 milhões de reais, 66,7% menor em relação ao prejuízo registrado em igual período do ano passado, devido a efeitos positivos do câmbio e por redução de custos, informou a empresa.
A Biosev disse que processou 10,88 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no trimestre, 3,4% a menos que no mesmo período de 2018, em parte por conta de um início tardio da colheita.
A companhia atingiu um recorde para o período de alocação de cana para a produção de etanol, com 66,3%, otimizando suas instalações para produzirem o biocombustível, que atualmente gera retornos financeiros maiores que o açúcar.
O Ebitda ajustado, uma medida de geração de caixa, aumentou 13% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 291 milhões de reais.
“Conseguimos aumentar o Ebitda mesmo moendo menos cana no período, o que mostra o impacto de nossos cortes de custos”, disse o presidente-executivo, Juan José Blanchard, em uma breve entrevista para comentar sobre os resultados.
Ele disse que o mix recorde de produção de etanol no trimestre foi possível devido aos recentes investimentos feitos pela empresa para aumentar a capacidade de produção do combustível, com novos equipamentos de destilação em algumas usinas.
Outros no setor, como Raízen e São Martinho, têm menor flexibilidade para produzir mais etanol, disse Biosev.
A unidade da Dreyfus está estocando açúcar para vender adiante, já que tem posições de hedge mais longas.
E não espera uma recuperação nos preços do açúcar em breve.
“O suporte contínuo que a Índia dá ao seu setor de açúcar limitará qualquer alta de preços”, disse a diretora comercial Dorothea Soule.
Natura tem salto no lucro do 2º trimestre com vendas fortes
SÃO PAULO (Reuters) – A Natura divulgou nesta quarta-feira que o lucro do segundo trimestre mais que dobrou sobre um ano antes, apoiado em vendas fortes em todos os segmentos e em esforços de controle de custos.
A empresa teve alta de 109,4% no lucro líquido do período sobre um ano antes, a 66,6 milhões de reais ante expectativa média de analistas de 61,7 milhões, segundo dados da Refinitiv.
“Todas as nossas três marcas (Natura, Aesop e The Body Shop) contribuíram para uma boa performance no trimestre”, afirmou a empresa no balanço, acrescentando que espera concluir a aquisição da Avon no começo de 2020.
Quase dois anos após comprar a rede de lojas The Body Shop da L’Oreal em uma transação de 1 bilhão de euros, a Natura fechou acordo em maio para adquirir a Avon, criando o quarto maior grupo de cosméticos do mundo.
No trimestre encerrado em junho, a Natura teve receita líquida de 3,4 bilhões de reais, 9,8% maior do que um ano antes.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 27%, para 424,7 milhões de reais. Analistas, em média, esperavam Ebitda de 374,3 milhões, segundo a Refinitiv.
A companhia fechou o semestre com dívida líquida de 5,53 bilhões de reais ante 5,71 bilhões um ano antes. Com isso, a relação de alavancagem caiu de 3,3 vezes para 2,83 vezes.
Neste ano, as ações da Natura acumulam valorização de 43%.
Fonte: Reuters