A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através de uma série de estudos, concluiu que não existem evidências que indiquem que o herbicida glifosato seja cancerígeno e, como consequência disso, propôs manter o aval do produto, mas com restrições. Ao todo, o processo de avaliação contou com 16 pareceres da própria Anvisa e mais três análises externas.
De acordo com o coordenador de reavaliação, Daniel Coradi, a equipe técnica que realizou o processo chegou à conclusão de que não existem evidências suficientes de que o glifosato possua alguma propriedade capaz de causar câncer e outros danos graves, como casos de má-formação de fetos na gravidez. “Com isso, não haveria como proibi-lo. Não encontramos evidências suficientes para dizer que ele não pode ser comercializado”, comenta o coordenador.
Dadas essas circunstâncias, também foram analisados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que revelaram qual é o perfil de intoxicações por glifosato no Brasil. O resultado foi de que, em 22.704 amostras de água analisadas, apenas em 0,03% dos casos havia presença de glifosato em nível acima do limite permitido. Sendo assim a Anvisa garante que o risco é maior para os trabalhadores rurais, mas não há preocupação para consumidores de alimentos produzidos com o pesticida.
“Por isso, as principais medidas propostas estão voltadas para medidas relacionadas ao manejo do produto durante a sua aplicação e a sua dispersão. Outra conclusão do trabalho é que o produto não se enquadra nos critérios proibitivos previstos na legislação. Isso porque o produto não foi classificado como mutagênico, carcinogênico, tóxico para a reprodução, teratogênico (que causa malformação fetal), entre outros”, divulgou a assessoria de imprensa da Agência.
Dentre as restrições, a Anvisa agora propõe uma definição de limites de tolerância para exposição de trabalhadores e consumidores ao glifosato, que variam de 0,1 mg/kg por dia até 0,5 mg/kg. Além disso, a Agência recomenda também que sejam proibidos produtos com emulsão óleo em água que poderiam aumentar o risco de exposição.
Fonte: Agrolink
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