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Usina suspende moagem e dispensa 300 funcionários

Usina Clealco, em Clementina, demitiu 300 trabalhadores. Empresa alega que há menor disponibilidade de cana-de-açúcar. Foto: Claudio Correia

 

Grupo entrou com pedido de recuperação judicial para renegociar mais de R$ 1 bilhão em dívidas.

Em recuperação judicial desde julho de 2018, a Usina Clealco decidiu suspender a moagem na unidade de Clementina na safra 2019/2020. Cerca de 300 funcionários foram dispensados.

A empresa alega que há menor disponibilidade de cana-de-açúcar e o volume disponível será direcionado para a planta de Queiroz, que retoma a moagem em março com capacidade máxima.

Segundo informações do site da empresa, a unidade de Queiroz esmaga mais de cinco milhões de toneladas de cana por safra.

“A Clealco, buscando otimizar sua estrutura de operação e impulsionar a performance da Companhia, considerando uma menor disponibilidade de cana-de-açúcar para a Safra 2019/2020 se comparado ao ciclo atual, comunica que o período de entressafra na unidade de Clementina será prolongado”, diz o comunicado da empresa.

A unidade de Clementina tem capacidade para moer aproximadamente três milhões de toneladas de cana. A previsão é que a planta volte a produzir no ano que vem.

Plantio

No início deste ano, a Clealco prevê o plantio de 11 mil hectares de cana na região e a concretização de negociações para compra de matéria-prima, com o objetivo de potencializar o volume de cana para a moagem em Clementina.

A Companhia informou ainda que, no fim do atual ano-safra, irá consolidar as estratégias para o ciclo produtivo seguinte.

Preocupação

A prefeita de Clementina, Célia Conceição Freitas Galhardo (DEM), está preocupada com a decisão da empresa de suspender a moagem no município este ano. “Isso vai afetar economicamente em muito a nossa cidade”, afirmou, destacando que a usina é a única indústria existente em Clementina.

Os reflexos deverão ser sentidos não só no comércio, segundo ela, mas também no cálculo do valor adicionado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é repassado ao município. “A produção sendo menor, recebo um valor menor”, explicou.

A principal preocupação, segundo ela, é com o hospital da cidade, a Associação Hospitalar que recebe da Prefeitura, por meio de convênio, um repasse de R$ 217 mil. A unidade atende pacientes dos municípios de Gabriel Monteiro e Santópolis do Aguapeí, além de Clementina.

“Se a usina retomar em 2020, tudo bem, porque teremos uma chance de recuperar o que foi perdido neste período de suspensão da moagem”, disse a prefeita de Clementina.

Empregos

Outra preocupação de Galhardo é com os empregos. O município vem enfrentando dificuldades com a manutenção dos empregos desde 2014, segundo a prefeita. Como exemplo, ela cita as duas fábricas de calçados da cidade que fecharam as portas.

No final de dezembro, a Clealco demitiu 300 trabalhadores. Sobre os funcionários, a Companhia informou que alguns foram dispensados e outros foram remanejados para atuar na entressafra em Queiroz.

“Posteriormente, estes profissionais realocados irão participar de um programa de qualificação até que a safra em Clementina possa ser retomada”, diz a nota da Clealco, sem citar prazos.

Além das unidades de Clementina e Queiroz, o Grupo Clealco possui também a unidade de Penápolis, que não moeu no ano passado e não irá produzir também em 2019. A planta possui capacidade para processar 3 milhões de toneladas de cana.

O Grupo entrou com pedido de recuperação judicial em julho do ano passado com o objetivo de renegociar mais de 1 bilhão de reais em dívidas.

 

Fonte: Regional Press

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