BRF já vê aumento na demanda por conta de peste suína africana

A BRF S.A. já observa aumento da demanda por carnes desde fevereiro, como reflexo dos casos de peste suína africana na Ásia, mas está cautelosa quanto à realização de investimentos para aumentar a produção, segundo executivos da companhia em teleconferência na sexta-feira (10).

“A confirmação desses eventos favoráveis tem que ser utilizada para que a gente possa antecipar os marcos do nosso plano estratégico, especialmente do endividamento, e não mudar uma política que está muito bem desenhada, muito bem traçada, e em plena implementação”, disse o presidente global da empresa, Pedro Parente.

A BRF está passando por um processo de reestruturação que incluiu a venda de ativos para reduzir a dívida. A companhia busca agora melhorar os níveis de alavancagem financeira e elevar margens.

Os executivos da BRF disseram que estão acompanhando o cenário de surto de peste suína africana na China com cautela. O país asiático é responsável por metade da produção e da demanda mundial por carne suína.

“Temos uma cadeia (de produção de suínos) longa, em que as decisões que tomamos hoje trazem impacto em 2 a 3 anos”, disse o diretor vice-presidente executivo global e Financeiro da BRF, Lorival Luz.

“No momento em que a China resolva essa situação, pode ser que se tenha um efeito contrário, de excesso de oferta. Então temos que olhar isso com bastante realismo.”

Uma das possibilidades para elevar a produção de proteínas sem realizar novos investimentos em aumento de capacidade seria alterar a programação de abate de galinhas, o que poderia resultar em um aumento de produção líquida de 2% a 3%, segundo Luz.

No curto prazo, o executivo espera um desequilíbrio entre a oferta e a demanda global de proteínas porque o mundo não terá capacidade de substituir imediatamente a quebra estimada de 20% na produção de carne suína da China.

 

Novas habilitações

A BRF tem seis plantas brasileiras habilitadas para exportar carnes para a China e outras quatro buscam habilitação.

“A habilitação é importante, quanto mais fábricas habilitadas melhor, mas isto não vai impedir que empresas como a BRF se beneficiem bastante desse quadro de escassez de oferta que vai ser gerado a partir dessa demanda que virá da China”, disse Parente.

A BRF tem observado aumento na demanda pela China, principalmente por carne de frango, e por outros países asiáticos e do Oriente Médio, desde fevereiro e março, segundo o vice-presidente da BRF para Mercados Halal, Patricio Rohner.

A redução nos volumes exportados pela companhia no primeiro trimestre está relacionada a atrasos decorrentes de alterações na documentação sanitária exigida no porto de Itajaí (SC), segundo o executivo.

Rohner disse que a BRF está pronta para voltar a atender a Europa, se o continente reabrir o mercado para suas plantas brasileiras.

Os executivos da BRF disseram ainda que esperam preços mais altos para a carne suína principalmente a partir do segundo semestre, quando a empresa também deve registrar maior impacto da redução dos custos de grãos para nutrição animal nos resultados.

 

Fonte: CarneTec Brasil

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